O Bacalhau do Batata, com "estandarte comestível", é tradição do carnaval de Pernambuco (Foto: Luciano Nascimento/Agência Brasil)
Desde o início da manhã, as pessoas se concentraram no Alto da Sé, aguardando a saída do bloco. Muitos, ainda fantasiados, querem prolongar a folia. "Para a gente o carnaval ainda não acabou, tem o Bacalhau e se deixarem vamos até domingo", disse o advogado Antonio Ribeiro.
O bloco traz um bacalhau no estandarte, cercado de temperos. Pesando quase 30 quilos, o peixe vai ao fogo após o desfile do bloco. A tradição foi mantida mesmo após a morte do fundador do bloco, em 1993. "Fui sempre amigo do Batata que para mim foi um irmão”, conta Carlos Couto, que sai no bloco há 50 anos e atualmente é responsável por "confeccionar" a alegoria.
“Ele morreu, mas eu continuei fazendo o bacalhau na Quarta-Feira [de Cinzas]”, disse Couto. "Nós vamos colocar ele na panela e comer tudinho", acrescentou o aposentado Antônio Rodrigues, que há 53 anos tem a missão de carregar o estandarte.
Antes do Bacalhau do Batata, quem começou a movimentar a diversão foi o bloco Mungunzá de Zuza Miranda e Thaís que há 20 anos serve de café da manhã o mungunzá, como é chamado o mingau de milho em Pernambuco. "Para a gente é uma alegria, servimos esse mungunzá para dar força e energia para a pessoa continuar depois no Bacalhau do Batata", explicou Zuza. O bloco levou mingau para 5 mil pessoas.
Os foliões destacam que o mingau renova as energias. "Estamos há 12 horas eu e minhas amigas na folia, sem parar. Resolvemos vir aqui para comer e curtir o último dia de carnaval”, disse o estudante Mateus de Souza que acompanhou o bloco pela primeira vez.
A folia em Olinda promete seguir até a noite. Além do Bacalhau do Batata, outros blocos prometem fazer a alegria de quem quer aproveitar até o final a diversão carnavalesca.
Agência Brasil
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