A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2015 prevê a criação de 28.957 cargos, fora as vagas de reposição, em caso de aposentadoria ou demissão do servidor.
Desse total, 13.974 são para o Poder Executivo, Banco Central, Receita Federal, Ministério da Fazenda e INSS. Outras cerca de 15 mil vagas são para a área de Justiça, como tribunais (9.177), Defensoria Pública (3.897) e Ministério Público da União (1.879).
Entretanto, a concorrência também deve aumentar, em razão do quadro de estagnação econômica. "Quando a economia dá sinais de problemas, é normal que as pessoas se voltem para a carreira pública. Então, 2015 será um ano com muitos concursos, mas também com muitos concorrentes", diz Marco Antônio Araújo Jr., vice-presidente do Damásio Educacional e presidente da Anpac (Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos).
Para ele, a expectativa de cortes de gastos do governo federal não deve influenciar o quadro. "É um discurso padrão porque vagas públicas são sempre motivo de discórdia com a população, mas é algo que efetivamente é difícil de ser cortado. No máximo, o número de vagas previstas pode diminuir", opina.
Entre as provas mais aguardadas estão as da Receita Federal, que deverá oferecer 2.000 vagas de nível superior com salários entre R$ 9.172 e R$ 15.339. No ano passado, o órgão abriu concurso para vagas de nível médio com apenas 278 vagas.
O INSS também terá número de oportunidades recorde: serão quase 5.000 com opções para nível médio e superior com remuneração inicial de R$ 4.401 a R$ 10.057. Essa previsão de vagas pode sofrer alterações, mas a expectativa é que cada um desses concursos tenha 1,5 milhão de inscritos.
ESTRATÉGIA
"É comum que os candidatos optem por cargos com menor concorrência e salário um pouco mais baixo, para poderem já conseguir uma vaga no setor público e terem mais tempo de estudar para as vagas mais concorridas", diz Evandro Guedes, presidente-executivo do site de aulas on-line Alfacon.
Dentro dessa meta, quem quer concorrer a um cargo de nível médio pode buscar as provas do IBGE, que terá mil para técnico em informações geográficas e estatísticas, com remuneração de R$ 3.000, ou optar pela vaga que exige ensino superior, de analista e tecnologista, com salário de R$ 7.000.
Foi apostando em cargos mais baixos que a técnica judiciária Jackeline Campos, 36, conseguiu abrir a primeira porta na carreira pública. Ela trabalhou como técnica e analista no Tribunal de Justiça de Pernambuco e é servidora pública da Justiça Federal de São Paulo há três anos.
No entanto, ela segue estudando para tentar uma vaga de magistratura. "Estudar tem um custo alto: são inscrições caras, livros, cursos, viagens para fazer prova, então precisava de recursos para me manter. Hoje parte de minha remuneração é para custear meu sonho", diz.
Folhapress
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