Entre os presentes na reunião estavam os prefeitos de Abreu e Lima, Pastor Marcos José; de Araçoiaba, Joamy Alves; de Igarassu, Mário Ricardo; de Itapissuma, Cal Volia; e, de Paulista, Júnior Matuto. Entre os empresários participaram Frederico Petribú, da Usina São José, Márcio Lopes e Israel Martins, do Grupo Petropólis, Arthur Rebelo, da Pernambuco Construtora, entre outros, além de vários diretores e técnicos da Agência Condepe/Fidem.
Na ocasião, foi apresentado um estudo, realizado através de uma consultoria contratada pelo grupo de empresários e prefeitos, que apontou os impactos financeiros e ambientais do antigo projeto, defendendo a manutenção do traçado original da via. Também enfatizou a superposição dos aspectos positivos sobre os negativos, sendo um deles a possibilidade de uma maior articulação/ integração entre os polos metropolitanos.
O Arco Viário Metropolitano do Recife foi projetado há cerca de 20 anos pela antiga Fidem – Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife, que observava que a crescente demanda urbana dos veículos (sejam do transporte público, cargas ou particulares) cresceria e excederia a capacidade do trecho urbano da BR-101, duplicado no final dos anos 70. O projeto previu a implantação de 77 quilômetros de rodovia expressa, conectando as zonas da Mata Norte e Sul, o que permitirá ligar o Porto de Suape (RMR sul) a Goiana (Mata Norte) sem passar pelo Recife. O trabalho está hoje sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que dividiu em dois lotes. O primeiro saindo da BR-101 Sul (no Cabo de Santo Agostinho) até a BR-408 (em São Lourenço da Mata/Paudalho).
Já o segundo deles, que está provocando a polêmica, está previsto para sair da BR-408, em São Lourenço da Mata/Paudalho e ir até a BR-101, em Igarassu. O impasse que motiva a discussão junto aos empresários e prefeitos foi iniciado com a decisão pelo órgão federal em mudar trechos do traçado original nesta área, motivado pela criação, em 2010 pelo Governo do Estado, de uma Área de Proteção Ambiental - APA Aldeia/Beberibe, a maior porção sobrevivente da Mata atlântica na região, fato que já era conhecido na época do projeto.
O DNIT vem buscando alternativas de novos traçados para evitar desmatar a área protegida, o que vem desagradando a alguns setores sociais. O grupo atendido na Agência Condepe/Fidem busca apoio para manter pontos que acredita serem primordiais para o bom funcionamento da mobilidade no território, como as extremidades da via (saída e chegada dos veículos).
Para Junior Matuto, prefeito de Paulista, o município perderia muito com a mudança do traçado original do projeto, “deixaria de ser um arco metropolitano”. Já Mário Ricardo, de Igarassu, diz que “não podemos deixar sair o edital do 2º trecho. O projeto em voga é desastroso do ponto de vista do escoamento da produção”. O prefeito de Itapissuma, Cal Volia, acredita não haver problemas em passar um trecho da estrada por dentro da Área de Proteção Ambiental -APA de Aldeia/Beberibe, já que há um compromisso com o reflorestamento”.
A ideia do grupo é iniciar uma mobilização que tem como destino, com o apoio do Governador Paulo Câmara, chegar até Brasília a fim de sensibilizar os ministros de Desenvolvimento Econômico e dos Transportes para a questão. O presidente Flávio Figueiredo se dispôs a analisar a documentação apresentada pelos empresários e prefeitos, além de disponibilizar seu corpo técnico para realizar uma analise mais detalhada do estudo apresentado por eles, priorizando as possibilidades de ajustes que venham atender o maior número de municípios. “Com a articulação, estaremos pondo em prática a missão da Agência Condepe/Fidem de promover a articulação intergovernamental, subsidiando o processo de planejamento e gestão do Estado”, comentou o presidente da instituição. Uma nova reunião já ficou agendada para o dia 30 no mesmo local.
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