O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF participou da reunião na qualidade de observador, voltando a cobrar do setor elétrico compensação financeira para os segmentos de usuários prejudicados com as reduções de vazões, além de reiterar a necessidade de uma agenda permanente de estudos e debates que visem a mudança do modelo energético na bacia do São Francisco e ações de larga escala para assegurar o uso racional da água, principalmente nos marcos da agricultura irrigada.
A redução proposta tem como finalidade conservar a pouca água que ainda há na represa, evitando que o seu volume útil de armazenamento chegue a zero, ou seja, atinja o chamado volume morto, que acarretaria problemas no abastecimento das cidades localizadas abaixo da UHE, na geração de energia da hidrelétrica, que hoje já é mínima, bem como comprometeria o maquinal que dá funcionamento as seis turbinas existentes no reservatório. Atualmente, apenas duas delas estão em atividade. “Temos que aproveitar que está chovendo, e praticar a redução, assim não precisaremos utilizar o volume morto”, disse Marcelo de Deus, gerente de Distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, responsável pela operação da UHE.
O engenheiro a cargo da manutenção da represa, Carlos Aloysio Costa Diniz, afirmou que testes estão sendo feitos mensalmente pela companhia energética para saber até quando a água útil disponível no reservatório passará pelas turbinas, uma vez que ela vem diminuído rapidamente. “Com 3,08%, que é o volume atual – pior índice da história -, ela está passando. Fizemos os testes em meados de outubro. Até 0% continuaremos operando, porém não podemos afirmar quais serão os resultados depois disso. Mas não podemos também nos limitar. É neste intuito que estamos realizando os estudos: para garantir a vazão a jusante da represa”, comentou. A UHE Três Marias foi a primeira a ser construída ao longo do rio São Francisco, em 1962. Em janeiro deste ano, o volume útil dela era de 27,56%.