A escritora e feminista brasileira Rose Marie Muraro faleceu neste sábado (21) aos 83 anos, no Rio de Janeiro. Ela lutava contra um câncer reincidente, mas a causa da morte foi uma infecção urinária que se generalizou, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital São Lucas. Ela será velada neste domingo (22) a partir das 8h00, no Memorial do Carmo.
Além de escrever livros que retratavam de forma quase que inédita no Brasil a condição da mulher na sociedade da época, como A Sexualidade da Mulher Brasileira, Rose foi importante para a disseminação de conteúdos estrangeiros sobre o tema, traduzindo e editando inúmeras publicações. Trabalhou durante 17 anos na Editora Vozes e depois fundou, junto com outras feministas, a Editora Rosa dos Tempos (hoje pertencente à Editora Record), criada para difundir um instrumento que desse voz às mulheres.
De acordo com a professora da Universidade Federal Fluminense Hildete Pereira de Melo, a vida de Rose Marie Muraro foi influenciada pelo seu trabalho na Teologia da Libertação, segmento da Igreja Católica que transformou a vida da intelectual. Após publicar Por Uma Erótica Cristã, no entanto, as suas ideias não foram mais aceitas pela Igreja.
Hildete contou à Agência Brasil que outro papel fundamental da intelectual foi na promoção de um seminário, há 40 anos, que culminou com a criação do Centro da Mulher Brasileira. O “papel vital” de Rose se deu não apenas na fundação da organização feminista, mas também no financiamento para que tal empreendimento se viabilizasse.