Assis Ramalho entrevista Aguinaldo Fenelon, Procurador Geral de Justiça do Estado de Pernambuco. (Fotos: Lúcia Xavier)
Na sexta-feira passada (23) os municípios de Petrolândia, Jatobá, Tacaratu, Belém de São Francisco, Itacuruba e Floresta formalizaram sua adesão ao Pacto dos Municípios pela Segurança Pública, um projeto do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para indução de políticas públicas voltadas à redução da criminalidade. A solenidade aconteceu na Câmara Municipal de Petrolândia.
Encerrada a cerimônia, Assis Ramalho entrevistou o Procurador-Geral do MPPE, Aguinaldo Fenelon de Barros. Acompanhe abaixo.
De início, solicitamos ao Procurador Geral sua avaliação sobre o evento realizado em Petrolândia.
Em uma outra entrevista, concedida à nossa reportagem, o senhor disse que há um poço de vaidade em que as autoridades mergulharam há muito tempo atrás e isso fez com que a violência aumentasse. É isso mesmo?
A gente tem que entender que o poder que nós temos é para construir e não para ter vaidade, tem que entender que o cargo é para servir. Quem tem emprego público tem que entender que é empregado do povo. O poder dá vaidade ao homem e eu não posso aceitar isso. Temos que mudar esta cultura. A Justiça tem que ser mais popular, tem que ser mais povão. As instituições não conversam nesse país, isso é um grande erro. O Ministério Público vem com essa proposta, de conversar com essas entidades e com os poderes públicos. Enquanto os que promovem o crime se falam todos os dias, as autoridades não se falam, e o Ministério Publico está provocando isso. O MP está trazendo um projeto novo e vai ajudar os prefeitos dessa região a combater a violência”.
Por que tanto vandalismo nos estádios de futebol? O que está acontecendo?
Aguinaldo Fenelon: Hoje, como eu disse (em seu pronunciamento), nós somos reféns de uma sociedade que foi esquecida em anos passados. Aquelas pessoas vão para um estádio de futebol quebrar as coisas, brigar, ao invés de assistir aos jogos, porque essas pessoas fazem parte de uma sociedade a quem o município não deu educação, não deu saúde, não deu cidadania e eles ficaram abandonados e foram criados sem que ninguém olhasse para eles. E para essas pessoas excluídas, pensam "eu sou bandido, mas eu tenho poder". Então, a gente tem que entender que, hoje,estamos correndo atrás do prejuízo.
Aguinaldo Fenelon: Hoje, como eu disse (em seu pronunciamento), nós somos reféns de uma sociedade que foi esquecida em anos passados. Aquelas pessoas vão para um estádio de futebol quebrar as coisas, brigar, ao invés de assistir aos jogos, porque essas pessoas fazem parte de uma sociedade a quem o município não deu educação, não deu saúde, não deu cidadania e eles ficaram abandonados e foram criados sem que ninguém olhasse para eles. E para essas pessoas excluídas, pensam "eu sou bandido, mas eu tenho poder". Então, a gente tem que entender que, hoje,estamos correndo atrás do prejuízo.
E sobre o vandalismo que aconteceu durante a greve da polícia, quando lojas e supermercados foram saqueados. O que vai acontecer com quem agiu daquela maneira?
Aguinaldo Fenelon: Os responsáveis vão ser punidos, vão responder a inquérito. Já solicitamos (do governo estadual) maior agilidade nas investigações para identificar todos que depredaram e saquearam lojas e supermercados nos dois municípios, com prejuízos para o comércio. O Ministério Público de Pernambuco vai acompanhar de perto as investigações policiais para denunciar todos aqueles que cometeram crimes durante a greve dos policiais militares e bombeiros militares em Pernambuco.
Agradecemos a atenção de Aguinaldo Fenelon com nossa reportagem.
Aguinaldo Fenelon: Eu agradeço e quero voltar para entregar o prêmio (pelo atingimento de metas do Pacto dos Municípios pela Segurança Pública) a Petrolândia e aos outros municípios que assinaram o compromisso com o MPPE.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Lúcia Xavier
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