sábado, dezembro 27, 2014

Feira Agroecológica de Araripina recebe certificação orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Feira Agroecológia de Araripina no Mercado Público do município: feirantes uniformizados e barracas padronizadas para comercializar produtos orgânicos (Fotos: ONG Chapada)
Tales Matos (à esq.), engenheiro agrônomo e técnico de campo da ONG Chapada: os agricultores feirantes terão respaldo para assegurar a qualidade orgânica de seus produtos.

No dia 2 deste mês, agricultores familiares que comercializam produtos na Feira Agroecológica de Araripina deram um importante passo em direção ao reconhecimento e a legitimação da atividade e valorização da produção. Isso porque o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acaba de conceder as oito famílias agricultoras da Feira Agroecológica de Araripina, a Declaração de Cadastro de Produtor Vinculado à OCS, um certificado que comprova aos consumidores a condição de produtor orgânico. A medida identifica as unidades de produção orgânica, garantindo que os direitos dos consumidores e produtores sejam respeitados.

A declaração é determinada por lei, através do MAPA, que exige o cadastro da Organização de Controle Social (OCS), categoria na qual está inserida a Feira Agroecológica de Araripina. A OCS pode ser formada por um grupo, associação ou cooperativa de agricultores familiares que pretende fortalecer a relação de organização, estabelecendo o compromisso e conquistando a credibilidade da população, o que vem, no caso da feira, a ser comprovado com a Declaração de Cadastro.

O engenheiro agrônomo e técnico de campo da ONG Chapada, Tales Matos, explica que a conquista é fruto de dez anos de trabalho, e a principal mudança é que os agricultores feirantes terão respaldo para assegurar a qualidade orgânica de seus produtos. “A Feira Agroecológica de Araripina completou dez anos na cidade e apesar de já ter fidelizado um universo significativo de consumidores, o certificado é importante não só aos olhos da lei, mas também por ter a liberdade assegurada na comercialização da produção, que comprova o caráter orgânico e agroecológico dos produtos”, resume.

Tales ainda diz que nada muda em relação ao modo de produção das famílias agricultoras, pois, ao longo de 10 anos, as práticas desenvolvidas nas propriedades se baseiam apenas no uso de defensivos naturais nas plantações, com um olhar voltado para preservação ambiental. “Durante a assessoria técnica, é possível trocar experiências e ampliar o conhecimento do técnico e do agricultor e a consolidação desse processo é o resultado que nós vemos hoje”, complementa.
Para o agricultor Nilson Dias, do Sítio Samambaia, a declaração traz mais segurança tanto para quem compra, como para quem vende. “Para nós este documento é como se fosse um troféu, uma grande conquista pela qual estamos trabalhando há muito tempo. É uma vitória alcançar este reconhecimento” afirma.
O agricultor Heleno Nascimento é um dos fundadores da feira agroecológica e relembra que a comercialização dos produtos agroecológicos melhorou as condições, já que mais da metade da renda familiar vem da feira. Além dele, outras sete famílias comercializam a produção no Centro Hortifrutigranjeiro de Araripina, espaço onde está localizada a feira agroecológica do município.

Para o grupo de feirantes, o próximo passo é identificar outras famílias agricultoras com potencial para comercializar o excedente agroecológico da produção. A ideia é ampliar a feira, fortalecer a agricultura familiar local e alcançar um número maior de consumidores.

Fonte: Ascom ONG Chapada em ASA Pernambuco

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