Os estudos do Banco Mundial indicam ações necessárias à revitalização e à integração das estruturas hidroviária, rodoviária, ferroviária e portuária dos estados que compõem a bacia do São Francisco. A hidrovia seria o eixo condutor desse corredor integrado de transportes. Os relatórios apresentam diagnósticos, análises de fluxo de cargas, plano de ações a serem empreendidos até o ano de 2030, modelos de gestão, estimativas de custo em diferentes cenários, alternativas de financiamento e melhores práticas internacionais.
“A Codevasf tem muito interesse na existência de um corredor multimodal nessa região porque a empresa tem a atribuição de promover desenvolvimento no vale do rio São Francisco. Grandes projetos de irrigação e o trabalho de agricultores familiares recebem o apoio da Companhia na bacia. Os produtores precisam escoar seus produtos e receber insumos em suas propriedades a preços competitivos”, afirmou Elmo Vaz no encontro.
A implantação do corredor de transportes faria cair os custos da circulação de mercadorias e pessoas na bacia do São Francisco. Além disso, o desenvolvimento do potencial hidroviário do rio atrairia novos empreendimentos, estimularia o uso sustentável dos recursos hídricos e tornaria menos poluente a matriz de transportes da região, já que o transporte hidroviário requer menor consumo de combustíveis fósseis do que o rodoviário e o ferroviário.
“Os desafios desse projeto são grandes. O trabalho que realizamos foi um esforço coletivo. Agora o projeto de implantação tem de seguir também um modelo coletivo. Os esforços precisam ser articulados, em processos do governo federal, dos governos estaduais e do setor privado. Precisa-se de um veículo institucional que acompanhe esses processos”, avaliou na ocasião o coordenador-geral do projeto no Banco Mundial, Lincoln Flor. “O corredor traz oportunidades de trabalho, de investimentos e de geração de renda que podem reduzir os níveis de pobreza do Nordeste”, acrescentou.
De acordo com informações presentes nos relatórios do Banco Mundial, há hoje demandas potenciais e reprimidas de fluxo de cargas no sentido sul-norte do rio São Francisco (à jusante) de itens como cimento (MG); milho em grãos (MG, MT e GO); pluma de algodão (BA); fertilizantes (GO); implementos agrícolas (GO); veículos (MG e GO); insumos de construção civil (MG, BA e GO) e areia (MG e BA); álcool anidro e hidratado (SP, MG e GO); biomassa em peletes (MG); metais ferrosos (BA); metais não-ferrosos (BA) e soja em grãos (BA). No sentido norte-sul (à montante) estão entres as demandas potenciais e reprimidas gesso para construção civil a granel (PE); placas e artefatos de gesso (PE); fertilizantes (BA e PE); veículos (BA); gasolina e diesel (BA e PE); soja em grãos (BA); insumos de construção civil: areia (MG e BA); metais ferrosos (BA); biomassa e fibra de coco (PE e BA).
“A minha sugestão para o grupo que acompanha o projeto em diferentes órgãos de governo é de que apresentemos nos próximos meses um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para que a iniciativa privada se manifeste e apresente propostas tendo em perspectiva uma parceria público-privada”, disse Elmo Vaz na reunião.
Histórico
A parceria da Codevasf com o Banco Mundial voltada para estudos de implantação de um corredor multimodal de transportes na bacia do rio São Francisco foi iniciada em 2011 e resultou na produção de 26 relatórios. Em 2012 o governo federal instituiu um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para monitorar o projeto. A Codevasf integra o grupo ao lado dos ministérios dos Transportes e da Integração Nacional, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) e do Governo do Estado da Bahia.
Estiveram presentes à reunião desta terça-feira em Brasília representantes das instituições integrantes do GTI e também da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os relatórios produzidos a partir da parceria da Codevasf com o Banco Mundial estarão disponíveis em breve no site da Companhia na internet.
Fonte: Codevasf
Fotos: Flicker Codevasf
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.