Mais de dois terços das vagas de trabalho geradas no país, no segundo trimestre de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado, foram no Nordeste, divulgou, hoje (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparado de abril a junho de 2013, com os mesmos meses de 2014, a população ocupada no país cresceu 1,7%. Isso representa 1.495 milhão de trabalhadores a mais, sendo cerca de 1 milhão nos estados nordestinos, onde o crescimento chegou a 4,6%.
O coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo, ponderou que as variações no Nordeste e, também, no Norte, se dão sobre taxas de ocupação historicamente menores: "as regiões Nordeste e Norte são regiões que, dado o desenvolvimento econômico ser menor que o das demais, têm um nível de ocupação menor, comparado com o Sudeste, Sul e até mesmo Centro-Oeste". Ele acrescentou que, mesmo assim os dados foram “extremamente favoráveis".
No Nordeste, a população ocupada corresponde a 51,9% das pessoas com mais de 14 anos, enquanto no país a taxa chega a 56,9%. O Norte fica mais próximo da média nacional, com 56,8%, mas continua abaixo do Sudeste, que tem 57,8%; do Sul (61,1%); e do Centro-Oeste (61,5%).
Os estados nordestinos também lideraram o crescimento de postos de trabalho com carteira assinada no setor privado, com alta na região de 10,4%. A expansão foi mais de duas vezes superior à nacional, de 5,1%, e, em números absolutos, ficou abaixo apenas do Sudeste, que teve 799 mil vagas criadas, contra 582 mil do Nordeste.
Ainda assim, o Nordeste tem a menor proporção de trabalhadores do setor privado com carteira assinada, 63,7%, ante 78,1% do Brasil e 85,6% do Sul, que tem a maior formalização. No Nordeste, 29,4% da população trabalha por conta própria, enquanto no Brasil a taxa é 22,9%. A Região Norte tem um percentual ainda maior de pessoas nessa situação: 29,8%.
Se levada em conta a formação, o Nordeste é a região onde há menor escolaridade entre a população ocupada: 10,3% não têm instrução alguma, 30% cursou o ensino fundamental incompleto e 9,3%, apenas o fundamental completo. Por outro lado, 10,6% dos trabalhadores têm nível superior.
No Brasil, o percentual sem instrução é 5,1%, os que não completaram o fundamental somam 25,4%, e quem completou somente essa etapa escolar, 10,9%. Outros 11,1% têm nível superior.
A maior escolarização está no Sudeste, que tem 2,5% da população ocupada sem instrução, 21,8% com ensino fundamental incompleto, e 11,3% com fundamental completo. O percentual do nível superior, no Sudeste, chega a 19%.
Agência Brasil
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