O professor de história do curso online QG do Enem Marcelo Tavares diz que uma das apostas é estudar os fatos que este ano completam “aniversário redondo”, como o movimento "Diretas Já!", encerrado em 1984 e que completa 30 anos, além do apartheid na África do Sul, que terminou em 1994, e os 100 anos da 1ª Guerra Mundial.
“O 'Diretas Já!', porque juntamos o ano eleitoral e o aniversário de um movimento que foi determinante para o retorno das eleições diretas para presidente. Foi um movimento derrotado, mas que mostrou a iniciativa da sociedade brasileira em favor do restabelecimento do voto direto”, explica o professor, lembrando que a mobilização pelas diretas já levou milhares de pessoas às ruas para pressionar em favor do voto direto.
Como 2014 marca os 20 anos do fim do apartheid, o professor Marcelo diz que coloca o tema como referência obrigatória. “Quando você fala de apartheid, fala de um regime de segregação racial que durou da década de 40 até 1994 e fala de Nelson Mandela, que ficou anos preso por se mobilizar contra aquilo”, explica.
Ele também cita como boas apostas a ditadura militar, a Guerra do Vietnã, o coronelismo, o governo de João Goulart e a Constituição de 1988.
O professor de geografia do pré-vestibular Galois, Leonardo Dreher, acredita que a prova do Enem vai cobrar bastante temas ligados à questão ambiental. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabeleceu prazo até agosto último para que os municípios acabassem com os lixões e criassem aterros sanitários, é uma das apostas do professor.
“Neste ano venceu o prazo, e a política acabou não sendo bem implementada já que nem todos os lixões foram fechados e os aterros sanitários instalados. O estudante precisa conhecer o tema sob a perspectiva das responsabilidades políticas, ver a questão do lixo não só como responsabilidade do Estado, mas também do empresariado e da sociedade civil”, diz.
A falta de água, que tem sido problema recorrente em cidades brasileiras e coloca em debate a importância do manejo dos recursos hídricos, as fontes de energia disponíveis no Brasil e as implicações do uso crescente das usinas térmicas, pode aparecer em textos e questões, na avaliação do professor Leonardo. Ele diz que os estudantes devem ficar atentos também aos conflitos agrários envolvendo, por exemplo, garimpeiros, indígenas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, já que esse tem sido tema recorrente no Enem.
O professor de atualidades do curso online QG do Enem, Orlando Stiebler, acredita que o uso da maconha para fins medicinais é forte para cair no exame ou até ser tema da redação. “É um tema que está em voga. No Brasil, gerou polêmica o fato de as pessoas importarem remédios à base de maconha para o tratamento de doenças. Ainda carecemos de uma regulamentação sobre o assunto”, explica.
Fatos relacionados à ditadura militar também são fortes para a prova do Enem, na avaliação do professor, já que neste ano se completam os 50 anos do golpe militar. Ele cita, entre esses fatos, a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart e os trabalhos da Comissão da Verdade. “Em 2012, foi criada uma comissão para investigar o passado do Brasil e ela encerra as atividades em dezembro deste ano. Esse é um tema forte. É importante saber detalhes sobre o trabalho da comissão e o período que ela vai investigar, que é de 1946 a 1988”.
Na área internacional, Stiebler prevê que apareçam temas como a crise entre a Ucrânia e a Rússia, o referendo na Escócia e o terrorismo internacional, com destaque para a participação da organização Estado Islâmico.
As provas do Enem serão aplicadas nos dias 8 e 9 de novembro. O exame tem 8,7 milhões de inscritos. Para se preparar para a prova, os candidatos podem acessar o aplicativo questoesenem.ebc.com.br. O banco de questões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) reúne itens de 2009 a 2013.
Os portões de acesso aos locais de prova abrem ao meio-dia e serão fechados às 13h (horário de Brasília). Recomenda-se chegar ao local com uma hora de antecedência. Quem mora em estados com outro fuso horário ou que não adotam o horário de verão devem ficar atentos. Outra dica é verificar, com antecedência, o local da prova.
Agência Brasil
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