O pedreiro João Milton Pereira, de 42 anos, compareceu a uma sessão eleitoral em Porteirinha – de 37,6 mil habitantes, a 580 quilômetros de Belo Horizonte, na manhã deste domingo. Mas, ao invés de votar, ele jogou gasolina na urna eletrônica e ateou fogo. João Milton foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Ele justificou o atentado como revolta pelo atraso em seu processo de aposentadoria.
O fato ocorreu na seção eleitoral da Escola Estadual Miguel José da Cunha, no Centro de Porteirinha, por volta das 9h30min. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) a urna eletrônica foi substituída e a votação no local continuou normalmente. Segundo o TRE-MG, a mídia (arquivo) do equipamento incendiado foi preservado, mantendo a validade dos votos de 67 eleitores que já tinham comparecido à seção eleitoral. O arquivo foi “transferido” para a outra urna instalada no local. Ao todo, 345 eleitores votam na seção eleitoral que foi alvo do ataque em Porteirinha.
Conforme testemunhas, o pedreiro chegou à seção eleitoral e realizou normalmente o procedimento de conferência do título de eleitor e do documento de identidade, sem despertar nenhuma suspeita. Quando estava dentro da cabine de votação, ele derramou gasolina na urna eletrônica e ateou fogo. João Milton carregou o combustível em um frasco de desodorante de 90 ml e numa embalagem de refrigerante de 200 ml, escondidos no bolso. O fogo foi apagado pelos próprios mesários.
A Polícia Militar foi acionada imediatamente e prendeu o pedreiro em flagrante ainda dentro da seção eleitoral. A legislação determina que no dia da eleição, o eleitor só pode ser preso em flagrante. Por isso, o autor do atentado à urna eletrônica foi preso mediante às presenças do juiz eleitoral da cidade, Antônio Rosa; e do representante do Ministério Público, Ali Mahmoud Fayez Ayoub.
João Milton alegou que pôs fogo na urna eletrônica por estar revoltado com a demora de seu processo de aposentadoria junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Pelo mesmo motivo, em 2013, ele tentou atear fogo na agência do INSS em Janaúba (distante 30 quilômetros de Porteirinha).
Correio Braziliense
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