A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, durante ato político em Petrolina (PE) (Foto: Juliane Peixinho/ G1)
Dilma posa para fotografia ao lado de operários da fábrica da Jeep em Goiana (PE) (Foto: Luna Markman / G1)
O ex-presidente Lula discursa ao lado de Dilma em ato de campanha nas ruas do Recife
O texto relata que os auxiliares do tucano estão convencidos de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal "acumulam um grande volume de valores a receber do Tesouro Nacional, sem que se saiba exatamente quanto".
Acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma atribuiu a ideia de auditar as duas instituições financeiras públicas ao ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, que foi anunciado em meio à campanha presidencial como futuro ministro da Fazenda, na hipótese de Aécio ganhar a corrida presidencial. Em tom irônico, a petista disse que Fraga, atualmente um dos sócios da Gávea Investimentos, deve desconhecer que os bancos públicos já são submetidos a auditorias internas e externas do Banco Central.
"O candidato a ministro da Fazenda do meu candidato adversário, ele vem dizendo que vai fazer uma auditoria nos bancos públicos. Acho que ele desconhece que os bancos públicos, todos, são objeto da regulação do Banco Central e sofrem auditoria interna e externa", disse a presidente durante uma visita à fábrica pernambucana da Jeep, em Goiana.
Munida de dados impressos, Dilma comparou a situação do Banco do Brasil, da Caixa e do BNDES durante os governos do P
"Nós profissionalizamos os bancos. Eles estavam, quando chegamos ao governo, sucateados. Hoje, são bancos fortes, representam uma parte fundamental de tudo o que o Brasil empresta", declarou Dilma.
A candidata do PT mencionou vários programas do seu governo que operam por meio de verba dos bancos públicos, entre os quais o Bolsa Família, o Brasil Sem Miséria e o Pronatec.
Nordeste
Na passagem por Goiana – a segunda agenda do dia de Dilma em Pernambuco –, a candidata à reeleição afirmou que o PSDB olha o Nordeste "com preconceito". Durante discurso no município pernambucano, ela acusou a oposição de não compreender as transformações protagonizadas recentemente pela Região Nordeste.
"Como eles [oposição] me acusaram de ter voto aqui, disseram que nós recebíamos voto da parte mais ignorante do Brasil, isso é a maior demonstração de elitismo possível. É não compreender, inclusive, a transformação que o Nordeste sofreu nos últimos anos", enfatizou.
Pernambuco foi o único estado do Nordeste onde Dilma não obteve a maioria dos votos no primeiro turno. A candidata derrotada do PSB, Marina Silva, ficou na liderança no estado que era base política do ex-governador Eduardo Campos.
De acordo com Dilma, no segundo turno, a situação deve ser diferente. "Acredito que o povo pernambucano é um dos mais politizados do Brasil. Ele vai olhar e pensar: o que os tucanos fizeram para o Nordeste? Aliás, os tucanos olham para o Nordeste com preconceito", disse a petista no discurso.
Montadora
A fábrica da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) – que controla a marca Jeep – visitada nesta terça-feira por Dilma e Lula, esteve no centro de uma polêmica recente envolvendo PT e PSDB. À época em que governava Minas Gerais, o tucano Aécio Neves chegou a afirmar que estava com tudo acordado para que a montadora fosse instalada em seu estado.
Em 2010, o ex-presidente Lula editou uma medida provisória concedendo incentivos fiscais para a instalação de montadoras no Nordeste. Com o benefício, a Fiat optou por instalar a planta automotiva da Jeep em Pernambuco, estado que, na ocasião, era administrado pelo ex-governador Eduardo Campos, então aliado político do PT.
As obras da unidade pernambucana da Fiat começaram em setembro de 2012 e têm previsão de ser concluída em março do ano que vem.
Lula critica ao PSDB e 'Economist'
Após a visita à fábrica da Fiat, Dilma e Lula participaram de comício em Goiana. No ato político, Lula voltou a fazer críticas ao candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, e ao ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso.
"Eu fico incomodado de ver o adversário ofendendo a Dilma, chamando ela de leviana, mentirosa. Só pode fazer isso alguém que não aprendeu educação no berço com seu pai e sua mãe. Um homem de respeito, sério, que quer governar esse País, diante da presidenta tem que respeitar, como todas as vezes eu fiz", disse Lula.
No último compromisso em Pernambuco, uma caminhada pelas ruas do Centro do Recife, o Lula também criticou a revista britânica "The Economist", que manifestou apoio à eleição de Aécio. "O que ela pensa que nós somos, um gado? Que podem dar ordem que a gente obedece? Eles não sabem que há mais de 300 anos a gente já expulsou os gringos daqui? Será que a revista estava dizendo para o povo brasileiro votar nos banqueiros?", indagou.
Lula também voltou a chamar Aécio de "filhindo de papai" e fez declarações duras sobre a postura do tucano frente à Dilma.
"De vez em quando, parece que estão agredindo a gente como os nazistas. Eles [tucanos] são intolerantes, mais que Herodes quando mandou matar Jesus Cristo. (...) Querem acabar com o PT, querem acabar com a nossa presidenta, querem achincalhar ela, chamar ela de leviana. Só pode ser feito por um filhinho de papai, porque nordestino jamais faria isso", concluiu o ex-presidente.
Arco Metropolitano
Em discurso durante comício no Centro de Goiana, Dilma afirmou que não haverá retaliações à gestão de Paulo Câmara (PSB), governador eleito em Pernambuco. "Eu respeito o governador eleito porque ele foi eleito pelo povo. Ele é meu parceiro, e isso vale para qualquer governador. Isso foi assim com todos os de oposição [no atual governo], e será assim [caso seja reeleita]. Qualquer outra postura não é republicana e nós não aceitamos isso", disse.
A Dilma citou, como exemplo de parceria com a atual gestão estadual, também socialista, a viabilização de um polo naval com o Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, no Litoral Sul, e a construção da própria fábrica da Fiat, em Goiana.
A presidente ainda comentou que não concordou com o projeto inicial da construção do Arco Metropolitano porque estava previsto a cobrança de pedágio. "Eu assumi o compromisso de fazer o Arco Metropolitano porque nós não somos a favor de pedágio nas regiões metropolitanas, pois lá as pessoas moram. Assumimos o compromisso de fazer obra pública. E posso dizer para vocês que eu, eleita, farei esse Arco, custe o que custar", pontuou.
Renan Holanda e Luna MarkmanDo G1 PE
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