Praia do Sítio Sobrado em Petrolândia (Foto: Lúcia Xavier)
A poluição se manifesta de diversas formas. Poluição do ar, provocada pelos motores e pela produção e consumo de energia. Emissão de gases pelos motores de barcos ou qualquer outro tipo de equipamento. Poluição das águas provocada por descarga de águas servidas “in natura” pela ausência de saneamento básico. Poluição através de resíduos sólidos (lixo) por falta de coleta ou programas de gestão. Poluição sonora por motores, ruídos diversos ou atividades de entretenimento.
Também ocorre a destruição da paisagem natural e de áreas originalmente agropastoris. O desenvolvimento do turismo provoca a construção de casas e outras estruturas. Algumas localidades com recursos cênicos valiosos, tais como praias ou florestas, tem o acesso do público barrado por serem propriedades privadas ou de grandes grupos hoteleiros.
Se identifica a destruição da fauna e da flora devido a poluição do ar, da água, dos solos e em função dos ruídos, que afugentam exemplares da fauna local. O excesso de pessoas em áreas naturais contribui para o desaparecimento de várias espécies de animais e plantas, devido ao pisoteio dos solos, coleta de frutas, plantas e flores, vandalismo, incêndios, etc.
Também é registrada a degradação da paisagem, de sítios históricos e de monumentos. A instalação de equipamentos muitas vezes não é harmônica e não respeita as características originais das construções. O excesso de pessoas nestes locais resulta na sua degradação pela ação de grafiteiros, furtos de peças e outras ocorrências.
A formação de congestionamentos de trânsito de veículos e pessoas, frequentemente ocorre em praias e outros locais, agredindo a qualidade de vida dos moradores locais e a experiência vivida pelos visitantes. O congestionamento de rodovias provoca irritação, acidentes, perda de tempo, aumento do consumo de combustíveis e intensificação de poluição atmosférica e sonora.
Resultante de todos estes fatores podem ocorrer conflitos que resultam em tensões sociais, entre os próprios turistas ou entre os turistas e as populações receptoras.
A competição pela utilização dos espaços e mobilização de recursos humanos, entre as atividades turísticas e as atividades tradicionais (agricultura, por exemplo) resulta na prática exclusiva de atividades relacionadas com o turismo. Este fato produz uma ruptura no tecido econômico que é indesejável para as regiões afetadas.
Nos períodos de baixa estação, a população local pode depender de atividades que foram totalmente comprometidas e com isto sofrer as consequências como o desemprego.
As receitas decorrentes da atividade turística serão uma das mais importantes fontes de ocupação e geração de renda no futuro para toda a economia. Mas a sua implantação depende de investimentos na infraestrutura e cuidadoso estudo e planejamento das atividades, para compatibilização dos empreendimentos com as características dos meios físico, biológico e antrópico de cada região, para que a qualidade ambiental e a qualidade de vida geral das populações afetadas tenham incremento positivo.
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
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Fonte: EcoDebate
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