Sucessos recentes mostram que os problemas relacionados a desertificação e degradação dos solos não são insuperáveis. (Foto: FAO/Giulio Napolitano)
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alertou que a crescente desertificação é uma grande ameaça para a agricultura e os ecossistemas do mundo. Para mudar essa realidade, a agência da ONU lançou uma nova iniciativa destinada a conter a propagação da degradação do solo e promover a resiliência às mudanças climáticas.
O programa “Ação contra a desertificação” foi elaborado pela FAO em parceria com a União Europeia e a Associação de países da África, Caribe e Pacífico (ACP) e vai direcionar cerca de 41 milhões de euros para reforçar a gestão sustentável da terra nas áreas mais vulneráveis do mundo, em um esforço para combater a fome e a pobreza.
“Desertificação e a degradação da terra são desafios muito sérios. Eles nos levam à fome e à pobreza, além de serem a raiz de muitos conflitos”, afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
“Mas os sucessos recentes mostram que esses problemas não são insuperáveis. Podemos aumentar a segurança alimentar, melhorar os meios de vida e ajudar as pessoas a se adaptarem à mudança climática”, continuou.
A FAO informa que mais de 70% das pessoas que vivem em terras secas e outros ecossistemas frágeis na África, no Caribe e no Pacífico derivam seus meios de subsistência a partir de recursos naturais.
Ao mesmo tempo, o crescimento populacional e as mudanças climáticas aumentaram a pressão sobre estes ecossistemas, intensificando a degradação e a desertificação, colocando milhões de vidas em risco.
Programa carro-chefe
Em um esforço para reduzir os efeitos da desertificação na África, a Ação Contra a Desertificação terá como base um “programa carro-chefe” já existente: “A muralha verde para o Saara e o Sahel”.
O programa desenvolvido na Burkina Faso, Etiópia, Gâmbia, Níger, Nigéria e Senegal, apoia as comunidades locais, o governo e a sociedade civil a gerirem sustentavelmente e restaurarem suas florestas de terras secas e pastos naturais.
Dois terços do continente africano é classificado como deserto ou terras secas e as mudanças climáticas geraram períodos prolongados de seca. Além disto, a intensa atividade agrícola e de pastagem contribuíram para a degradação do solo e o desmatamento fez com que terras outrora férteis se tornassem hoje áreas desertas.
Na mesma nota, o programa apoiado pela FAO diz que apoia o agroflorestamento e que vai incentivar a criação de escolas de campo para os agricultores, para que eles possam aprender as causas e as melhores formas de combater e prevenir a desertificação.
Enquanto isso, tanto no Caribe quanto no Pacífico, a nova iniciativa terá como alvo os problemas de perda de solo e de degradação de habitats naturais, ajudando as comunidades locais a adotarem melhores práticas de manejo do solo e de gestão de florestas.
Fonte: ONU Brasil em Portal EcoDebate
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