Leia o que ele diz;
Mas o terreno está ameaçadoramente preparado para fazer germinar a cizânia social. Mais quatro anos de PT podem significar a transformação da cada vez mais aguda hostilidade da polarização ‘nós’ versus ‘eles’ num conflito social escancarado cuja primeira vítima será a democracia.
Essa perspectiva assustadora será a consequência natural da política de deliberada divisão da Nação sobre a qual o lulopetismo tenta consolidar seu projeto de poder. O PT, criado há 35 anos com a generosa ideia de promover o fim das injustiças sociais, perdeu-se ao longo da jornada.
Seus melhores quadros, plenos de idealismo político, abandonaram a legenda ou foram dela descartados ao sabor das conveniências dos donos do partido.
O PT transformou-se numa enorme máquina que, para permanecer no poder, se aliou àqueles que antes combatia ferozmente como inimigos do povo. E, nessa linha, não tem o menor escrúpulo de focar sua ação, tanto na vida partidária como no exercício do poder, tão somente naquilo que rende votos. O discurso petista, do qual Lula é o principal mentor e melhor exemplo, tem três matrizes: dizer exclusivamente o que as pessoas desejam ouvir; quando na defensiva, assumir o papel de vítima; e, na ofensiva, tratar os adversários como inimigos a serem destruídos.
Em sua defesa, o PT não pode nem mais alegar que a mudança de rota em relação ao curso originalmente traçado ocorreu por imposição das circunstâncias e da necessidade de garantir com pragmatismo a governabilidade em benefício dos despossuídos. A tal história dos fins que justificam os meios.
Esse argumento desmorona quando todos os indicadores sociais e econômicos revelam que os últimos quatro anos de governo petista, sob o comando de Dilma Rousseff, significaram retrocesso. O Brasil está hoje muito pior do que quando a atual candidata à reeleição assumiu o poder.
Nessas circunstâncias, manipular importantes realizações petistas dos últimos 12 anos – pois é claro que existem, principalmente na área social – como se fossem obras do incompetente governo Dilma é um dos embustes a que o marketing eleitoral companheiro recorreu durante a atual campanha. Mas a peça de resistência da campanha eleitoral petista é aquela estocada no departamento dos recursos escusos. Primeiro, a tentativa – que contra Marina Silva deu certo no primeiro turno – de destruir a imagem do adversário com ataques infames e mentirosos. A tática foi insistentemente repetida agora contra Aécio Neves.
O mais infame da campanha lulopetista, no entanto, é o discurso em que os dirigentes do partido, imitando Lula, se especializaram: a instigação do conflito social, colocando ‘nós’ contra ‘eles’, e situando o PT como o último bastião de resistência do povo oprimido contra a ambição desmedida e a insensibilidade das ‘elites’.
Qual o sentido de Lula declarar, desnudando sua natureza, que ao ‘agredir as mulheres’ nos debates eleitorais Aécio Neves demonstrou que é capaz também de ‘pisar nos pobres’? Ou ao classificar o candidato tucano de ‘filhinho de papai’? E de equiparar seus adversários eleitorais a nazistas? É assim que se dissemina o ódio entre pessoas que deveriam, civilizadamente, apenas expor firmemente suas divergências programáticas com adversários políticos.
Quando a divergência se transforma em ódio, o caminho está aberto para o agravamento de tensões sociais e elas podem se tornar explosivas.
Hoje, cada brasileiro tem a oportunidade de conter essa ameaça, votando no candidato que se propõe – e está credenciado para a tarefa – a reconciliar o Brasil consigo mesmo: Aécio Neves''.
Portal 247
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