Na eleição mais acirrada desde que o PT chegou ao poder em 2002, o clima de otimismo e expectativa eufórica foi subitamente quebrado pelo silêncio e olhares de incredulidade para a única TV no local, que exibia os números. Algumas pessoas choraram.
— É o dia mais triste da minha vida. Desta vez parecia... Nunca pensei que fosse acontecer. Não pelo PSDB, mas era a chance da mudança. Mas... o povo quis, né? É como se diz, o Brasil merece — lamentou a advogada Maria Helena Carvalho.
Por volta das 20h30m, um homem passou pela esquina onde fica o bar gritando “chora, mauriçada”, em provocação aos que estavam com bandeiras e adesivos de Aécio Neves. “Ladrão”, “corrupto”, “conivente” foram as respostas que ele ouviu enquanto se afastava.
Conforme apareciam as votações divididas pelas regiões do país, alguns clientes culpavam os eleitores do Norte e do Nordeste, onde Dilma abriu a vantagem que lhe garantiu a vitória. “De novo, ganhou no Nordeste, ganhou no Bolsa Família”, foi um comentário recorrente.
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O engenheiro Alexandre Couto lamentou a chance perdida de mudar o partido que governa o país.
— Frustração é o sentimento. São 12 anos de escândalos. Tenho duas filhas pequenas, quero que eles cresçam num país melhor. Sinceramente, penso em sair do Brasil. Não vejo alternativa. O PT já comprou deputados no mensalão, por que não pode fazer de novo? E, cada vez mais, terá o Supremo Tribunal Federal (STF) a seu lado, pelas indicações da presidente. Não vejo saída.
Pouco depois das 21h, já havia poucos eleitores de Aécio no local.
O Globo
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