Quando o fator ‘descarbonização’ foi incluído na equação dos investimentos energéticos com a criação do índice de carbonização, há seis anos, passando a medir o volume dos gases de efeito estufa emitidos por unidade de PIB, incluindo as emissões associadas ao uso de combustíveis fósseis na geração de eletricidade, as renováveis tomaram um novo rumo. Novos modelos de financiamentos para investimentos energéticos mudaram as ofertas de recursos, nacionais e internacionais, estimulando o desenvolvimento dos parques energéticos limpos.
A China bateu o recorde mundial na instalação de capacidade de energia solar fotovoltaica em 2013, respondendo por 64% da produção global de painéis solares, ou seja, 25.600 megawatts dos 40.000 megawatts produzidos mundialmente em 2013. Das 10 maiores empresas de produção de painéis solares do mundo, cinco são chinesas. A Canadian Solar, colocada em terceiro lugar, produz 90% dos seus módulos na China; outras duas empresas japonesas, uma americana e outra alemã, completam a lista.
Entre 2000 e 2012 a energia eólica cresceu 16 vezes e solar saltou 49 vezes, registrando o maior crescimento entre as tecnologias de produção de energia em todo o mundo, contudo, a energia hidrelétrica continua como a principal fonte de energia renovável (16,5% da potência mundial), seguida da fonte eólica, com 3,4%, e a solar com 0,6% da energia global, informa o relatório do WWI-Worldwatch Institute.
A China, maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, também é o maior empregador global no setor de energia renovável, com 1,6 milhão de empregos na indústria de energia solar fotovoltaica em 2013, e mais 1 milhão empregos em outras diferentes fontes limpas. Os estados membros da União Europeia, por sua vez, focados no controle das emissões, tinham mais de 1,2 milhão de empregos de energias renováveis em 2012, liderados pela Alemanha com cerca de 371 mil postos de trabalho. Na Espanha, o setor das energias renováveis sofreu uma perda de 23.700. 17% dos postos de trabalho entre 2008 e 2012.
Com o crescimento vertiginoso da demanda por energia solar, cada vez mais acessível, o WWI projeta que a produção anual de painéis solares da China pode dobrar para 51 mil megawatts até 2017 (18,3 mil megawatts no final de 2013), o que representa cerca de 70% da produção mundial. Atingindo este patamar a China irá, em quatro anos, adicionar mais capacidade de geração de eletricidade solar do que a instalada em todo o mundo no início de 2011.
Nos Estados Unidos, o número de empregos eólicos e de etanol caiu, mas, em compensação, aumentaram rapidamente os postos de trabalho em energia solar para 143 mil, em 2013, um ganho de 20%. O Brasil entrou para a lista dos 10 países mais atraentes para investimentos em energias renováveis da Ernst & Young. De acordo com dados do Balanço Energético Nacional de 2013, do Ministério de Minas e Energia, 85% da eletricidade produzida no país vem de usinas hidrelétricas, biomassa, energia eólica e solar.
Enquanto a novíssima legislação ambiental fiscal do Chile taxa, em 5 dólares por tonelada, a emissão de dióxido de carbono, o projeto Low Carbon Future Cities (Futuras Cidades de Baixo Carbono) mostra técnicas inovadoras para aumentar a eficiência energética nas cidades de Wuxi, na China, e de Düsseldorf, na Alemanha; revelando soluções tecnológicas de baixo carbono e incentivando a sua implantação. Um bom exemplo a ser seguido por cidades brasileiras e outras ao redor do mundo.
Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil. eduathayde@gmail.com. Reportagem publicada originalmente nos site Mercado Ético.
Fonte: Envolverde
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