A reportagem é de Carolina Laert, publicada pelo portal EcoDebate, 10-10-2014.
Há casos em que os pais delegam aos filhos a responsabilidade de cuidar dos pets, como a condição para ganharem o “presente”. “É preciso lembrar que estamos falando de uma criança, que não consegue cuidar nem de si mesma. Além disso, os animais não podem ser tratados como brinquedos, mas como membros da família”, argumenta Roza.
“Recentemente, um grupo de cientistas brasileiros declarou que os animais são seres dotados de consciência e que, por isso, não podem ser tratados como objetos. Isso reforça a responsabilidade dos seres humanos na relação com os animais”, afirma. O Médico Veterinário se refere à Declaração de Curitiba, manifesto assinado por especialistas de renome nacional e internacional, em um congresso sobre bioética e bem-estar animal organizado pelo CFMV; e segundo o qual os animais são seres sencientes, ou seja capazes de sentir dor e prazer, e, por isso, não podem ser tratados como coisas.
Orientação
Marcello Roza aconselha os adultos a consultarem um Médico Veterinário antes de se decidirem pelo animal. “O objetivo é orientá-los sobre a espécie animal mais bem adequada ao perfil da família. Há residências com pessoas idosas que não conseguem conviver com animais que fazem muito barulho”, exemplifica. É importante também optar por espécies adequadas à faixa etária do proprietário, sendo do adulto a tarefa de monitorar a convivência entre uma criança e um pet.
Além dos cuidados necessários para garantir a saúde física dos animais, é essencial dar carinho e atenção a eles. Como exemplo, Roza cita os cachorros de companhia, que são mais sensíveis à falta de interação, o que pode levá-los à depressão. Já os gatos são mais independentes, mas não significa que não precisem da atenção de seus proprietários. “Existem espécies mais independentes, ou seja, demandam menos exigência no que diz respeito à alimentação, são facilmente condicionáveis a urinar e defecar em locais pré-definidos em casa, ou conseguem se adaptar a períodos de tempo maior de ausência sem o proprietário”, ensina.
Outro ponto importante é a longevidade do animal escolhido, já que muitos deles vivem mais de dez anos e precisam de cuidados por todo o tempo de vida. “Portanto, antes de mais nada, é preciso ter certeza de que, além da criança, todo o restante da família, de fato, deseja o animal”, conclui o conselheiro do CFMV.
Fonte: IHU Online
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