O investimento previsto para para melhorar esse tipo de serviço é estimado em R$ 19 milhões. O ministério informou que vai acompanhar, detectar, reduzir e corrigir as deficiências do processo de produção nos laboratórios, aperfeiçoando os procedimentos e minimizando a ocorrência de erros no diagnóstico da doença. De acordo com a pasta da Saúde, os laboratórios participantes do programa também terão incentivos de custeio dos exames – 10% a mais no valor dos testes feitos na faixa etária prioritária, 5% nos que estão fora dessa faixa e 30% na reavaliação das lâminas.
No Rio de Janeiro, 13 estabelecimentos foram selecionados para fazer o exame citopatológico, conhecido como papanicolau, por meio da Qualificação Nacional em Citopatologia (QualiCito). As regiões beneficiadas são: Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com dois laboratório credenciados; Cabo Frio, na Região dos Lagos, com um; Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, com um; Volta Redonda, com dois, e Barra do Piraí, com um, no sul fluminense; Itaboraí, na região metropolitana, com quatro; Teresópolis, na região serrana, e Vassouras, no centro-sul do estado, com um.
Responsável pelo setor de Doenças do Colo do Útero do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Fábio Russomano, disse que é preciso fazer o exame a cada três anos, depois de dois exames negativos com intervalo de um ano. “A doença é antecedido por uma lesão precursora, que demora muitos anos até chegar ao câncer. O que se faz no Brasil, com um exame a cada ano, é excessivo e, no setor público, acaba tornando difícil para muitas mulheres fazer o exame”, afirmou Russomano. Segundo ele, com a frequência trienal, recomendada pelo Ministério da Saúde, é possível atender três vezes mais mulheres com os mesmos recursos.
Podem participar do QualiCito laboratórios públicos ou privados que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS), nos tipos 1 e 2: o primeiro, de exames citopatológicos, e o segundo, de laboratórios que refazem análises para atestar os resultados. As unidades do Tipo 2 recebem 100% das amostras positivas e 100% dos resultados insatisfatórios, além de 10% das análises negativas. Estados que ainda não participam da iniciativa podem habilitar laboratórios no programa.
O exame citopatológico deve ser feito na faixa prioritária dos 25 aos 64 anos. No ano passado, mais de 10 milhões de exames citopatológicos foram realizados pelo SUS, dos quais 8 milhões (78%) na faixa prioritária. De 2011 a 2013, cerca 32,4 milhões exames foram feitos pelo SUS, com investimento de R$ 216,6 milhões.
Dados do Instituto Nacional do Câncer estimam para este ano a ocorrência de 15.590 casos novos de câncer do colo do útero no Brasil, com um risco calculado de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres.
Agência Brasil
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