Fotos: Blog de Assis Ramalho
Os dados do estudo são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades. A última atualização é referente a 2012.
Segundo o levantamento, em 62 das 100 cidades analisadas, se perdeu entre 30% e 60% da água tratada para consumo no ano de 2012. Em cidades como Porto Velho e Macapá, a cada 10 litros de água produzidos, 7 eram perdidos.
“Isso é preocupante vindo de cidades que têm poder econômico para resolver essas perdas e que deveriam impulsionar a melhora deste indicador, que tem uma influência grande na expansão do sistema de saneamento básico”, afirma o presidente-executivo da Trata Brasil, Édison Carlos.
Sobre as cidades com perdas acima de 70%, o presidente executivo do Trata Brasil afirma que o quadro é de “descontrole total”. “Não há controle de vazão, de pressão das linhas. As perdas são altíssimas”.
Escassez
O presidente executivo do instituto explica que as perdas refletem diretamente no quadro de escassez, porque quanto mais água se perde, mais do recurso precisa ser retirado da natureza. “Esse problema tem de ser o foco das empresas de saneamento”, afirma Édison Carlos.
Cidade que atualmente enfrenta um longo período de seca, sendo abastecida pelo volume morto de reservatórios, São Paulo teve perda de 36% da água – com nenhuma redução das perdas, se comparado com 2011.
Se foram classificados os 100 municípios por ordem dos que mais perdem água, a capital paulista fica em 57º lugar.
A Sabesp rebateu os dados afirmando que, se considerado apenas os vazamentos, a empresa tem índices melhores que o de países desenvolvidos. “Esse indicador era de 20,3% no início de 2014 e já caiu para 19,8% em junho/2014. Nos melhores sistemas do mundo, como Japão e Alemanha, as perdas físicas estão em torno de 8%. No Reino Unido são de 16%, na Filadélfia (EUA) são 25,6%, na França, 26%, e na Itália, 29%”, informou a companhia em nota.
Ranking
Lideram o ranking do saneamento básico das 100 maiores cidades do país Franca (SP), Maringá (PR), Limeira (SP), Santos (SP) e Jundiaí (SP). A maioria das cidades que estão nos 20 primeiros lugares no ranking já universalizaram o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto.
No outro extremo estão Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), Jaboatão dos Guararapes (PE), Belém (PA) e Macapá (AP), com os piores resultados.
Das 20 cidades com melhor colocação no ranking, 16 estão no Sudeste. Apenas duas são capitais: Curitiba e Belo Horizonte. Entre as 20 piores há seis capitais: Porto Velho, Belém, Macapá, Teresina, Manaus e Natal. Veja o ranking completo aqui.
Metas
Pela primeira vez, o Instituto Trata Brasil fez uma projeção com as 20 piores e as 20 melhores cidades para saber se elas alcançarão a meta do governo de universalização do saneamento básico até 2033 – 92% da população com serviço de coleta e 86% do esgoto tratado.
Caso mantenham o ritmo de poucos avanços no setor, 19 das 20 piores cidades não alcançarão a meta – a exceção é Manaus. Entre as 20 melhores, 14 já atingiram a universalizazção, e outras 6 precisam manter o ritmo de investimento no saneamento para alcançar a meta do governo federal.
As 20 melhores e as 20 piores do ranking do saneamento
1- Franca (SP)
2- Maringá (PR)
3- Limeira (SP)
4- Santos (SP)
5- Jundiaí (SP)
6- Uberlândia (MG)
7- São José dos Campos (SP)
8- Sorocaba (SP)
9- Curitiba (PR)
10- Ribeirão Preto (SP)
11- Ponta Grossa (PR)
12- Taubaté (SP)
13- Londrina (PR)
14- Niterói (RJ)
15- São José do Rio Preto (SP)
16- Volta Redonda (RJ)
17- Praia Grande (SP)
18- Belo Horizonte (MG)
19- Uberaba (MG)
20- Piracicaba (SP)
81- Natal (RN)
82- Manaus (AM)
83- Várzea Grande (MT)
84- Cariacica (ES)
85- Aparecida de Goiânia (GO)
86- Belford Roxo (RJ)
87- Canoas (RS)
88- Juazeiro do Norte (CE)
89- Teresina (PI)
90- São Gonçalo (RJ)
91- Santarém (PA)
92- Gravataí (RS)
93- Duque de Caxias (RJ)
94- São João de Meriti (RJ)
95- Nova Iguaçu (RJ)
96- Macapá (AP)
97- Belém (PA)
98- Jaboatão dos Guararapes (PE)
99- Ananindeua (PA)
100- Porto Velho (RO)
G1 Brasil
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