A reportagem é de Jose Marques e publicada por Folha de S.Paulo, 31-08-2014.
A campanha de Marina Silva (PSB) à Presidência divulgou nota neste sábado (30) retirando o apoio a propostas para a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais) citadas no programa de governo da candidata, divulgado na sexta-feira (29).
Foram eliminados trechos em que ela se comprometia, se eleita, com o apoio à aprovação de projetos e emendas constitucionais para garantir o casamento civil homoafetivo e à articulação, no Congresso, para aprovar lei que criminaliza a homofobia. Também foi excluída a previsão de distribuição de material didático "destinado a conscientizar sobre a diversidade de orientação sexual e às novas formas de família", o chamado "kit gay".
O plano divulgado na sexta-feira (29) dizia que o governo apoiaria propostas em defesa do casamento civil igualitário, com o objetivo de "aprovar projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação que garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição e no Código Civil".
O trecho foi substituído por outro, dizendo que Marina pretende "garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo" --o que já é assegurado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). "Não foi uma revisão. Na parte LGBT, o texto que foi para redação foi a parte apresentada pelos movimentos sociais", alegou a candidata neste sábado, em campanha na Rocinha, zona sul do Rio.
Marina disse que o texto que foi ao conhecimento do público equivocadamente é o da pauta de setores, e não o assimilado pela candidatura.
A primeira versão do programa chegou a surpreender setores ligados à militância LGBT. Marina é evangélica, devota da Assembleia de Deus e disse, em 2010, ser pessoalmente "não favorável" ao casamento gay, embora afirmasse que as pessoas "tinham o direito de defender essas bandeiras".
Em nota divulgada pela campanha, o texto inicial é classificado como "falha processual na editoração" que "não retrata com fidelidade os resultados do processo de discussão sobre o tema". A coordenação diz que o programa anterior é um "contratempo indesejável" e que contém "alguns equívocos".
A introdução do capítulo que trata do tema também foi modificada. Inicialmente, dizia que vivemos em "uma sociedade sexista" e "excludente em relação às diferenças". Agora, afirma que "vivemos em uma sociedade que tem muita dificuldade de lidar com as diferenças".
Marina também recuou na proposta de usar energia nuclear. Segundo o PSB, houve um erro de revisão.
Fonte: IHU Online
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