Erinaldo Almeida Soeiro provocou tiroteio em Fórum
O interno do Complexo Penitenciário de Pedrinhas-MA,
identificado como Erinaldo Almeida Soeiro, de 32 anos, promoveu um
tiroteio e aterrorizou, no fim da manhã de ontem, o Fórum Desembargador
Sarney Costa, no Calhau. Essa ação criminosa resultou em um policial
civil baleado no pescoço, o investigador da Delegacia do Departamento de
Narcóticos (Denarc) Enedias Chagas Neto, e no detento baleado nas
costas e no abdômen. Erinaldo Almeida Soeiro responde a processo como
executor dos proprietários da empresa Replub Ltda, José Mauro Alves
Queiroz, de 57 anos, e José Queiroz Filho, 68 anos, no dia 11 de janeiro
de 2012. Ele também participou do assassinato do companheiro de cela
Jhonatan da Silva Luz Ferreira, o Jacozinho, de 20 anos, na Central de
Custódia de Presos de Justiça de Pedrinhas, no dia 1º de julho deste
ano.
De acordo com as informações repassadas pela
assessoria do Fórum, o interno chegou ao local sob a escolta de dois
agentes penitenciários para participar de uma audiência na sala da 4ª
Vara do Tribunal do Júri, no 3º andar, sobre o duplo homicídio que teve
como vítimas os irmãos Queiroz. A sessão foi presidida pelo juiz José de
Ribamar Gullar Heluy Júnior, com a participação do promotor de Justiça
Gilberto Câmara França Júnior, e do defensor público Lúcio Lins Siqueira
Ramos.
O detento entrou para a audiência apenas
com um agente, já o outro ficou na porta, aguardando o fim da sessão. No
momento de o preso assinar a ata, foram retiradas as algemas. Ele então
aproveitou a oportunidade e desferiu um soco nas partes íntimas do
agente penitenciário e lhe tomar a arma e sair correndo da sala com a
arma em punho. Na porta de entrada da Vara Criminal, Erinaldo Almeida
aproveitou a distração de outro agente penitenciário, nome não revelado,
e também tomou a sua arma.
Com as duas armas, o
interno saiu correndo pelo corredor do Fórum e na entrada da Vara de
Entorpecentes, também no 3º andar, ele se deparou com o policial do
Denarc, que, inclusive, tinha sido responsável pela sua prisão. Nesse
instante, ocorreu a troca de tiros e os dois saíram feridos.
Tiroteio
- Quem também estava no local era o delegado titular do Denarc, Cláudio
Mendes. Ele disse que participava de uma audiência na 2ª Vara de
Entorpecentes em companhia de Enedias Chagas, já que eram testemunhas em
um processo. Em determinado momento, o juiz pediu que o investigador se
retirasse da sala para que fosse ouvida uma testemunha e em 30 minutos
ele ouviu cinco disparos. Quando ele saiu da sala e encontrou com os
dois baleados no chão do Fórum. "Olhei o meu amigo no chão e não pude
fazer nada, já que eu estava desarmado. O Poder Judiciário do Maranhão
deve rever a portaria que proíbe os policiais civis e militares de
entrarem ao Fórum com arma, exceto quando estão de serviço", frisou o
delegado.
O secretário da Sejap, Sebastião Uchoa,
falou em entrevista ao jornalista Marcial Lima, para o programa da Rádio
Mirante AM Abrindo o Verbo, que ainda ontem foi aberto um processo
administrativo para verificar a escolta desse interno. Erinaldo Soeiro,
pelo fato de ser considerado de alta periculosidade, deveria ter sido
escoltado por um número maior de agentes penitenciários e não apenas com
dois funcionários. Uchoa também disse que está viajando para a cidade
de Coroatá, onde fiscaliza obras de unidades prisionais.
Pânico
- As pessoas que presenciaram o episódio de ontem no fórum descreveram o
fato como um verdadeiro tiroteio. Alguns chegaram até mesmo a se
trancar nas salas, com receio de serem atingidos por uma bala perdida.
Segundo
a assessoria do Fórum, os feridos receberam os primeiros atendimentos
da equipe médica do Judiciário, e logo em seguida, dos socorristas do
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Devido ao estado grave,
os pacientes foram levados para hospitais de São Luís. O investigador
da Polícia Civil foi levado para um hospital particular, no Jaracati; e o
detento, para o Hospital Municipal Djalma Marques, Socorrão I, no
Centro.
Ainda na tarde de ontem, Enedias Chagas
foi submetido a uma tomografia computadorizada e constatou que a bala
não atingiu nenhuma artéria ou nervo, apenas alguns músculos do pescoço.
Em consequência disso, o paciente não corre risco de morte. Já o
interno passou por uma cirurgia pela equipe médica do Socorrão I e o
estado clínico é bem delicado. Até o fechamento desta edição, ele estava
internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) dessa unidade de
saúde sob a vigilância de dois policiais civis e um agente penitenciário
da Secretaria Estadual de Justiça e Administração Penitenciária
(Sejap).
O Estado do Maranhão
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