Em vez de colonizar o não humano, criando e aplicando leis e normas humanas ao que humano não é, se faz necessário começar a pensar a internet não como uma realidade separada, nem como um mundo virtual, mas como um ecossistema vivo e complexo que já habitamos.
Segundo ele, "se entre nós existe uma memória capaz de esquecer ou de remover, no campo digital, entre os arquivos e as arquiteturas interativas, ao contrário, as memórias tendem a ser eternas, não esquecem e não apagam e, portanto, não preveem o esquecimento. Reivindicar a supremacia do sujeito humano e os seus direitos sobre as máquinas significa não ter compreendido a qualidade da questão".
"O que as redes e os contextos digitais nos oferecem - afirma o pesquisador - é a condição singular de nos encontrarmos diante de um novo tipo de fronteira do pensamento diante da qual é preciso assumir outra atitude. Seria necessário, em vez de colonizar o não humano, criando e aplicando leis e normas humanas ao que humano não é, começar a pensar a internet não como uma realidade separada, nem como um mundo virtual, mas como um ecossistema vivo e complexo que já habitamos e que, pela sinergia simbiótica entre a inteligência humana e a artificial, depois de já ter criado outro gênero de social, está criando outro tipo de humanidade conectando esta última a tudo o que existe, proporcionando-nos, desse modo, a possibilidade de um outro tipo de futuro".