sexta-feira, julho 18, 2014

Microcrédito orientado favorece superação da pobreza na zona rural, aponta estudo

Foto: José Marques/Secom-PB

Agricultores familiares expostos por mais tempo ao programa de microcrédito orientado rural do Banco do Nordeste, Agroamigo, têm mais chances de inserção em mercados agropecuários e, consequentemente, de superação da pobreza. É o que aponta estudo coordenado pelo pesquisador Ricardo Abramovay (USP), que avaliou durante cinco anos (de 2006 a 2010) dados que ilustram impactos sociais e econômicos do Programa nas zonas rurais nordestinas.

Realizada em conjunto com Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), a pesquisa considerou indicadores como acesso a bens duráveis, consumo de carne, bancarização, desenvolvimento de poupança e aquisição de meios de transporte. A segunda edição do livro “Cinco anos de Agroamigo – Retrato do público e efeitos do Programa acaba de ser lançada, com atualizações referentes à quantidade de operações e valor desembolsado pelo programa até 2012.

“Quando se comparam os agricultores com mais tempo de exposição ao Programa com os recém-ingressos, os resultados mostram que os primeiros tiveram aumento de estoque de animais em 18%, bem como produção agrícola 28% superior aos que estão iniciando suas atividades com o Agroamigo”, afirma o Abramovay, na apresentação do estudo.

40% possuem poupança

A base de dados considera agricultores familiares mais pobres, enquadrados no Grupo B do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com renda anual bruta não ultrapassava, à época, R$ 6 mil. Dois terços dos cerca de 1,6 mil entrevistados recebiam o Bolsa Família, do Governo Federal.

“Se o quadro geral é de pobreza (de renda, de condições domiciliares e educação), isso não impede que uma parcela significativa das famílias beneficiadas pelo Agroamigo, mais de 40% em nossa amostra) declare fazer poupança”, afirma Abramovay, acrescentando que o Programa contribui para o aumento da bancarização no meio rural e ao acesso a modalidades de seguros de vida e relativos à safra.

Participaram os pesquisadores Mauro Rodrigues Júnior, Gabriel de Abreu Madeira (USP), Marcos Falcão, Iracy Soares Ribeiro e Renato Santos (Etene). 

Fonte: Ascom BNB

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