segunda-feira, julho 14, 2014

Confusão e vandalismo mancham orgulho argentino por vice-campeonato na Copa


O sonho do tri argentino parecia tomar forma no Maracanã, mas foi interrompido pelo gol de Mario Götze no segundo tempo da prorrogação. A derrota da equipe de Messi e cia. diante da Alemanha provocou reações diversas nos torcedores que estavam reunidos no Obelisco, monumento histórico de Buenos Aires, para acompanhar a final da Copa do Mundo.

Enquanto alguns exaltavam a bela campanha da Alviceleste, que havia sido alvo de desconfianças no início da competição, outros "hinchas" decidiram descontar a frustração pela derrota com vandalismo. Um grupo de torcedores atacou um carro de reportagem que fazia a cobertura dos festejos e deu início a uma confusão generalizada, fazendo com que as principais avenidas da capital vivessem cenas de guerra

Cerca de 15 pessoas subiram no teto do veículo e arrancaram uma das antenas. De acordo com a imprensa argentina, eles apresentavam sinais de embriaguez. Os profissionais que trabalhavam no estúdio móvel abandonaram o carro. Por causa da multidão que lotava as ruas da região, a polícia teve dificuldades para se aproximar da confusão e conter os torcedores mais exaltados.

Na Plaza San Martin, outro tradicional ponto de encontro da torcida hermana, alguns baderneiros saquearam lojas e atiraram pedras em carros que circulavam pelo local. A polícia também precisou intervir para conter o tumulto. Em entrevista ao canal TN, o diretor do SAME Sistema de Atención Médica de Emergencia, Alberto Crescenti, informou que 55 civis e 15 policiais saíram feridos.

Apesar da derrota, argentinos festejam entrega da seleção
Buenos Aires amanheceu respirando a final da Copa do Mundo, e pontos importantes da capital argentina ficaram tomados por torcedores. A superlotação da Plaza San Martin, equipada com dois telões para o público ver o jogo, provocou uma confusão no intervalo. Grades que separavam torcedores da imprensa foram derrubadas e algumas pessoas se feriram no tumulto, que foi rapidamente controlado.

Diante da multidão de gente que tomou conta da praça, arrumar um lugar para acompanhar a final da Copa não era tarefa das mais fáceis. Por isso árvores, postes de luz e demais lugares possíveis de serem escalados viraram alvos dos argentinos, pendurados aos montes para "alentar".

Bandeirão, Papa Francisco, taça gigante, provocação ao Brasil... sobraram figuras, adereços e personagens entre os milhares de torcedores. E logicamente o tal do sentimento. Que fez toda essa multidão pulsar em um só ritmo na impressionante festa durante a execução do hino nacional argentino. Só menor do que a comemoração do gol irregular e bem anulado de Higuaín.

Do segundo tempo em diante, a festa foi dando lugar ao sofrimento com mais uma prorrogação no caminho da Argentina. E nem mesmo a forte fé de um dos argentinos, com vela, imagem de uma santa e do Papa Francisco em mãos, foi capaz de evitar o vice. O choro de frustração foi inevitável, mas os aplausos de reconhecimento pelo esforço da seleção também.

- Muito orgulho de ser argentina. Eles deixaram tudo no campo. A próxima (Copa) é nossa. Foi nos últimos minutos, mas tudo bem. Estivemos perto - disse uma das torcedoras.

De fato, o sentimento de orgulho se espalhou rapidamente pela cidade. Se um alienado sobre futebol chegasse em Buenos Aires na noite deste domingo, teria certeza de que a Alviceleste ganhara algo, dado o buzinaço e a quantidade de torcedores no Obelisco, ponto turístico e de comemoração. A recepção aos jogadores vice-campeões nesta segunda-feira, aliás, promete. Porque a festa argentina não tem hora para acabar. Nem a paixão do seu povo pela seleção.

Globo Esporte

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