quarta-feira, julho 23, 2014

Conflito em Gaza já matou 121 crianças, diz Unicef

Mais de 900 crianças palestinas estão feridas, de acordo com agência da ONU

Os palestinos na densamente povoada Faixa de Gaza não têm lugar algum para se esconder da ofensiva militar de Israel, e as crianças estão pagando o preço mais alto, disse a ONU nesta terça-feira. Dos cerca de 600 palestinos mortos até esta terça-feira, 121 são crianças e jovens menores de 18 anos, que compõem um terço do total das vítimas civis, disse Juliette Touma, do Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef). Mais de 900 crianças palestinas também estão feridas, segundo o Unicef.

— De acordo com uma avaliação dos agentes humanitários no local, ao menos 107 mil crianças precisam de apoio psicológico para o trauma que estão enfrentando, com as mortes, ferimentos e a perda de suas casas — disse, por sua vez, Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, em inglês).

Cerca de 500 casas foram destruídas por ataques aéreos israelenses e o número de pessoas que buscaram abrigo em escolas da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos no Oriente Médio (Unrwa, em inglês) já passa de cem mil. Elas precisam de comida, água e colchões, segundo a organização.

— Literalmente, não há lugar seguro para os civis —afirmou Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, em inglês).

Mais de 500 pessoas foram mortas no enclave costeiro que tem um número estimado de 4.500 pessoas por quilômetro quadrado, disse Laerke. A prioridade para as agências de apoio é a proteção de civis, o resgate e tratamento de feridos.

Israel começou os bombardeios aéreos sobre a Faixa de Gaza em 8 de julho, dizendo que queria acabar com os ataques com foguetes de militantes do Hamas, e lançou uma ofensiva terrestre na última quinta-feira. As Forças Armadas israelenses voltaram a atingir alvos na Faixa de Gaza nesta terça-feira, acabando com as esperanças de uma pausa nos combates. Vinte e nove israelenses, 27 deles soldados, também morreram.

Na semana passada, o Hamas rejeitou uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito.

Mais de 1,2 milhão de pessoas na Faixa de Gaza não têm água ou estão apenas com um acesso limitado à ela, com redes de energia danificadas e falta de combustível para geradores, disse ele.

— Além disso, temos relatos de inundações com esgoto, o que é uma ameaça à saúde pública — disse Laerke.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) distribuiu comida e vale-alimentação para mais de 90 mil pessoas até agora durante o conflito, disse a porta-voz Elisabeth Byrs.

— Alimentos prontos para o consumo estão acabando em Gaza, já que o conflito já dura duas semanas e as necessidades estão aumentando —disse ela.

Suprimentos serão comprados localmente e também levados de helicóptero a partir de Dubai.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que 18 unidades de saúde em Gaza foram danificadas, incluindo três hospitais.

— Há sérias preocupações com o abastecimento de materiais hospitalares, já que os estoques de medicamentos e produtos descartáveis estão seriamente reduzidos, tanto no hospital do Ministério da Saúde como nos de ONGs, devido ao grande número de vítimas e à escassez antes mesmo da escalada da violência — disse a porta-voz da OMS, Fadela Chaib.

O Globo

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