Infectados com ebola têm de 60 a 90% chances de não sobreviverem
A atual epidemia de ebola que afeta a África Ocidental já matou mais de 672 pessoas, infectando cerca de 1200. Há casos na Libéria, na Guiné e em Serra Leoa e, de acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras, a situação está fora de controle.
Para e tentar salvar os pacientes, os médicos tentam estabilizar a pressão sanguínea, manter os infectados hidratados e suas infecções controladas. Tudo para manter o doente estável e esperar que o vírus saia do corpo, já que não há cura conhecida e nem vacinas que previnam o contágio.
No entanto, de acordo com entrevista da Scientific American, pesquisadores já criaram algumas vacinas que funcionaram em testes com animais - até com primatas não-humanos. Só que, para aprovarem seus estudos em testes clínicos, em pessoas, cientistas encontram uma série de dificuldades. A SA conversou com Thomas Geisbert, virologista da Universidade de Texas, em Galveston, sobre o assunto.
Galveston estuda o vírus do ebola desde 1988 e afirma que há até cinco substâncias que mostraram que podem proteger completamente macacos da infecção. Mas elas não conseguem ser aprovadas pelos órgãos regulamentadores dos EUA para entrar em testes clínicos. "Algumas requerem uma única dose, outras mais. Elas estão em vários estágios de desenvolvimento, mas nenhuma está pronta para ser licenciada", afirma o cientista. "É aí que ficamos frustrados, porque sabemos que elas protegem os animais. Não entendemos por que o sistema regulatório não pode andar mais rápido. Não sei por que há tanta demora".
"Eu entendo as preocupações com a segurança, mas os infectados, que sofrem atualmente com a doença, têm de 60 a 90% chances de não sobreviverem. Acho que deveríamos levar esse contexto em consideração", conclui.
Leia a entrevista completa, em inglês, no site da Scientific American.
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