Se a imprensa do mundo inteiro estava apreensiva com o desempenho do país durante o Mundial antes da Copa começar, agora a situação é diferente. Desde o último domingo, quando a Alemanha sagrou-se tetracampeã no Maracanã, alguns jornais estrangeiros já apresentam um balanço positivo sobre a competição.
O “New York Times” diz que o Copa no Brasil foi um sucesso fora das quatro linhas. Para o diário, apesar da atuação da Seleção decepcionante dentro de campo, a organização do evento foi impecável. Além disso, destaca que alguns dizem que esta foi a "melhor Copa do Mundo na memória recente" dos torcedores.
O britânico “The Guardian” segue a mesma linha e faz questão de destacar a hospitalidade: "Brasil comprova ser um perfeito anfitrião para inspirar uma comovente festa de Copa do Mundo", diz o título da matéria. No entanto, o jornal fala também que o país precisa de uma reformulação no futebol, assim como também de explicações sobre os valores gastos nas obras do evento.
Já o “Wall Street Journal” é mais pessimista e chega a falar em volta à realidade. “O Brasil está passando por provações, incluindo o desafio de uma economia moribunda e eleições que potencialmente provocarão divisões em outubro. O país precisa se preparar para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, outro evento que os organizadores dizem que está atrasado e que mais uma vez provoca críticas sobre as prioridades de gastos do país”, cita.
Antes do início da Copa, as principais publicações internacionais já davam indícios claros de que não acreditavam que o Brasil conseguisse realizar um Mundial sem problemas. Talvez a crítica mais emblemática tenha sido a da revista alemã “Der Spiegel”, que publicou a montagem de uma bola pegando fogo em direção ao Rio de Janeiro com a manchete “A morte e os jogos”.
O "The Times" também fez severas críticas ao Brasil. O diário publicou uma entrevista com o secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, em que ele afirmava estar preocupado com os atrasos, sobretudo, das telecomunicações. O texto destacava ainda a distância que os torcedores teriam que enfrentar, "desde a Floresta Amazônica até a dominada pelo crime São Paulo".
Protestos e a corrupção política também foram outros pontos levantados pela imprensa internacional neste período.
No entanto, durante o campeonato, já era possível observar uma mudança de discurso. O jornal francês “Le Monde” citou o “jeitinho brasileiro” como uma autêntica forma de improviso para que tudo desse certo, assim como o “El País”, da Espanha, que afirmou que o país superou as expectativas.
O conceituado "Financial Times", cerca de dez dias antes do Mundial acabar, já classificava a competição como "vencedora". Segundo a publicação - que ressaltou muito as belezas naturais do país - o futebol ofensivo mostrado na Copa e o calor do povo brasileiro foram fundamentais para o sucesso. O jornal vai além e diz que o clima nas ruas era animado e ninguém sentia medo.
Até um pesquisador opinou sobre o evento. O francês David Ranc, especialista em esportes e relações internacionais que faz parte do projeto Pesquisa em Futebol em uma Europa Expandida (Free, na sigla em inglês), se manifestou dizendo o Mundial no Brasil foi mais bem organizado que as Olimpíadas de Londres em 2012.
Por GloboEsporte.comRio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.