Durante horas e horas, as pessoas ficaram aguardando em filas nos pontos de venda do Rio em 1950, entre eles o Teatro Municipal, na Cinelândia, o Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, o Clube Ginástico Português, no Centro, e a AABB, em Copacabana. Além, claro, do próprio Maracanã. Para assegurar o ingresso do jogo contra a Espanha (vencido pelo Brasil por 6 a 1), as filas no Municipal e no Ginástico deram a volta no quarteirão, com as entradas se esgotando rapidamente logo que as bilheterias foram abertas.
E os cambistas fizeram a festa. Os preços dos ingressos dispararam. Até cadeiras não existentes do Maracanã foram vendidas pelos cambistas. Em manchete de página, o jornal O GLOBO apontava os culpados: “Permitindo que cadeiras e arquibancadas fossem vendidas por atacado, a CBD entregou grande parte do público à ganância dos aproveitadores”.
Tal como em 2014, muitos dormiram na fila, para garantir um ingresso da final de 1950 contra o Uruguai. Na edição do dia 15 de julho, o jornal noticiava que haviam se formado “desde as últimas horas da noite de ontem, filas intermináveis, com centenas de torcedores dormindo ao relento”.
O esforço acabou em frustração. Diante de uma multidão de 200 mil pessoas no Maracanã (cerca de 10% da população do Rio na época), a seleção brasileira foi derrotada por 2 a 1 pelos uruguaios. O Brasil começava a viver o pesadelo do "Maracanazo".
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