sábado, junho 14, 2014

Lei preserva tradição dos bacamarteiros

Bacamarteiros de Santa Cruz da Baixa Verde no 1° Trupé de Cultura
Fotos: Assis Ramalho

Em 24 de junho, é festejado em todo o País o Dia de São João. Em Pernambuco, a data também passa agora a reverenciar a tradição nordestina dos bacamarteiros. Sancionada pelo ex-governador Eduardo Campos no ano passado, a Lei nº 15.152 institui, no Calendário de Eventos de Pernambuco, o Dia Estadual do Bacamarteiro.

O projeto que originou a lei é de autoria do deputado Augusto César, do PTB. A iniciativa está sendo festejada pelos representantes dessa tradição. Para Bento Martins, presidente da Associação dos Bacamarteiros de Caruaru e Região Agreste, a inclusão no calendário oficial do Estado faz justiça à história da cultura dos bacamarteiros. A data não será considerada feriado civil.

Ele conta que, em Caruaru, no Agreste pernambucano, já é tradição cultuar este segmento cultural em 24 de junho. Segundo Bento Martins, a data é comemorada com a reunião de 28 grupos de bacamarteiros de Caruaru e outras cidades como Palmares, Bonito, Lagoa dos Gatos, Ibirajuba, Altinho, entre outras. Na visão do vice-presidente da Associação dos Bacamarteiros de Caruaru e Região Agreste, Janduir Santos, na cidade de Riacho das Almas, a lei estadual que institui o Dia do Bacamarteiro contribui para fortalecer cada vez mais a continuidade da tradição.

A origem histórica dos bacamarteiros está na experiência de soldados vitoriosos em batalhas como a da Guerra do Paraguai, entre os anos de 1864 e 1870. O instrumento utilizado é o bacamarte, uma arma de fogo de cano curto e largo. Ainda hoje, alguns grupos se vestem com elementos que relembram os cangaceiros e os soldados da guerra.

O deputado Augusto César lembra que os bacamartes são disparados com cargas de pólvora seca, em homenagem aos santos padroeiros, ou em cerimônias cívicas e políticas. A tradição passa de pai para filho. A sanfona de oito baixos, o triângulo, a zabumba de couro curtido e a banda de pífanos são instrumentos parceiros da tradição folclórica.

O vestuário compõe-se de farda de algodão azul, lenço no pescoço, chapéu de couro, alpargatas e cartucheiras de flandres. Os comandantes do grupo exibem estrelas nos ombros e nos chapéus e usam bengalas ou guarda-chuvas como símbolo de liderança. Augusto César concluiu que todos os grupos do Estado têm o mesmo propósito: defender a bandeira da cultura pernambucana por todo o tempo.

Fonte: Alepe

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