sábado, maio 10, 2014

Suspeitos de matar torcedor com privada encontraram portão do Arruda aberto para fugir

Delegada Gleide Ângelo forneceu detalhes do crime nesta sexta-feira. 

Apesar do presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, dizer o contrário, os três suspeitos de atirar duas privadas de dentro para fora do Arruda, matando o torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, 23 anos, na última sexta-feira (2), após a partida do Santa Cruz contra o Paraná, pela Série B, encontraram um dos portões do estádio abertos tanto para entrar novamente no local como para sair da cena do crime. A informação foi confirmada pela Polícia Civil em entrevista coletiva na tarde desta sexta (9), na Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE).

Segundo relato da delegada Gleide Ângelo, Everton Felipe, Waldir Pessoa e Luiz Cabral saíram do jogo contra o Paraná nos acréscimos da partida. Eles, contudo, encontraram uma briga na saída do canal e identificaram membros da Torcida Jovem, principal organizada do Sport. Por isso, voltaram para o Arruda, através do portão 11, com o objetivo de procurar pedras para atirar nos rivais. Como não não acharam, resolveram retirar as privadas do banheiro para atirar. O trio ficou escondido esperando passar os membros da Jovem infiltrados na torcida do Paraná. Quando os viram atiraram as duas privadas.

Para fugir da cena do crime, utilizaram o mesmo portão 11. Saíram pela Avenida Beberibe poucos minutos depois do ocorrido sem que ninguém os detivesse. Segundo os depoimentos, os três não sabiam que tinham matado uma pessoa.


As investigações da polícia começaram logo após o ocorrido. O primeiro nome a aparecer na lista de suspeitos foi o de Waldir. A partir desse nome e de imagens próximas ao portão 11, chegaram os outros dois suspeitos. Everton Felipe foi o primeiro a ser detido, na segunda-feira (5), em escola particular de Ouro Preto, em Olinda. A partir do depoimento dele, a Polícia Civil complementou as informações que tinha para chegar ao restante do trio. Luiz Cabral foi o segundo detido, na manhã desta quinta (8), enquanto Waldir foi preso no fim da noite do mesmo dia.

Ainda de acordo com Ângelo, Waldir ameaçou algumas pessoas e queria apagar as imagens do clube que tinha os três saindo do Arruda. Ele é um dos diretores da Inferno Coral e foi preso em Maceió, Alagoas. Cabral mora no Rio Grande do Norte há nove anos e veio para um jogo do Santa Cruz no Recife pela primeira vez neste ano. Ele tinha o costume de dormir na sede da Inferno quando estava na capital pernambucana. Após o crime, ele não foi para a organizada e ficou vagando por dois dias. A polícia quase o perde porque ele iria para São Paulo nessa quinta.

Independentemente de quem de fato atirou a privada, os três serão indiciados por um homicídio e três tentativas de homicídio – os três feridos no fato. A investigação sobre o crime continua e possui outros passos a partir de agora. Gleide Ângelo confirmou que a operação na sede da Inferno Coral, na manhã desta sexta-feira, faz parte da investigação. As seis pessoas detidas foram levadas apenas para depoimentos e serão liberadas. Gleide não quis adiantar outros detalhes.

Jornal do Commercio

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