Fabiano Jaques Marques declarou, na entrevista, que encerra sua vida legislativa em 2016.
Além de Zeca Cavalcanti, Rodrigo Novaes e Fabiano Marques, estiveram presentes ao encontro, que teve início com um café da manhã na casa do presidente da Câmara, os vereadores Carlinhos (PTB), Noca (PROS), Zé Pezão (PSC), Jorge Viana e Rogério Novaes, ambos do PSL.
Após o café da manhã, o grupo e sua comitiva visitaram o Mercado Público de Petrolândia, onde ocorria a feira livre. Em seguida, almoçaram na chácara do empresário Joilton. A programação foi encerrada à noite, no Sítio Umbuzeirão, após reunião com lideranças daquela região no salão do Bar e Lanchonete Taciana.
O Blog de Assis Ramalho entrevistou o presidente da Câmara Municipal, durante a pausa para o almoço. Fabiano Jaques Marques avaliou o apoio firmado com os candidatos que visitavam o município e falou sobre as eleições deste ano, além de fazer projeções para as eleições municipais de 2016. Perguntado se será candidato a prefeito nas eleições de 2016, Fabiano afirmou que o futuro a Deus pertence, mas que tem a intenção de ser prefeito e que se sente preparado para assumir a Prefeitura de Petrolândia. Acompanhe na íntegra a entrevista concedida ao Blog de Assis Ramalho:
Fabiano Marques: Assis, primeiramente eu gostaria de lhe agradecer pela cobertura que tem dado nesta luta diária, e dizer que hoje eu estou muito feliz por tamanha receptividade do povo de Petrolândia, junto a nós vereadores, e junto aos nossos candidatos escolhidos para as eleições agora de 2014.
Fabiano, você, como presidente da Câmara, eu diria que está começando uma nova jornada, porque não é novidade para ninguém que você agora é opositor, na chamada oposição com responsabilidade, ao gestor de Petrolândia, Lourival Simões (PR). E sempre fazem especulações, até foi comentado hoje, durante o café da manhã, nas palestras, que Fabiano, junto com outros vereadores, cuspiu no prato que comeu. Como é que você analisa essas declarações?
Fabiano Marques: Assis, essa palavra eu não concordo. Essa palavra, é uma palavra maldosa de algumas pessoas rancorosas que não chegaram aos seus objetivos, e com isso querem que a gente também não atinja o que a gente almeja para Petrolândia. Eu queria, antes de tudo, dizer que eu não comungo com aquela palavra oposição e situação. Quando terminar o meu mandato de vereador, em dezembro de 2016, eu vou estar praticamente com 16 anos no Legislativo municipal, e praticamente nós já fomos de tudo aqui na política de Petrolândia. Nós estamos sendo vereador pelo 4º mandato, nós já fomos o vereador mais votado da história de nossa cidade, nós, ultimamente, no dia 12 de fevereiro, conseguimos uma coisa que nunca houve na nossa cidade, que foi a 4ª reeleição para a presidência da Câmara de nossa cidade, e olhe que foi uma eleição muito gratificante, onde nós tivemos o voto de dez vereadores, sendo só um (vereador) contrário. Então essas conquistas, Assis, partiram de uma pessoa que nunca teve pai rico, nunca teve mãe rica e nunca teve cunhado rico. Eu sou filho de uma professora do Estado, aposentada. Sou filho de um agricultor, e entrei na política em 1996, pelas mãos de Dr. Simões, e sempre tenho dito aos meus companheiros que todos os dias a gente tem que matar um boi. Por que eu digo que tenho que matar um boi? Porque quem vem dessa origem nunca é reconhecido. A gente sempre tem que estar provando para o povo a realidade, os nossos pensamentos e os nossos principais objetivos. Então, voltando ao assunto onde você disse, opositor ao prefeito, eu quero dizer que o prefeito Lourival Simões, eu comecei na política junto com ele e, diga-se de passagem, ele é meu amigo. Mas, na política, eu tenho pontos em que eu divirjo dele, mas ele é meu amigo, gosto muito dele pessoalmente e é uma pessoa que eu tenho muito respeito. Mas, dentro da política municipal, dentro do governo que eu ajudei, com os meus companheiros, a construir o que está aí hoje, tem alguns pontos em que a gente não concorda, mas isso é democrático, isso é uma democracia. Então, a gente acha que tem como fazer melhor, tem alguns pontos em que a gente pode melhorar. Então, foi essa a razão de a gente hoje estar com outros candidatos. Em meados de junho de 2013, eu, juntamente com os vereadores Carlinhos, Zé Pezão e Noca, resolvemos em comum acordo mudar um pouco sobre o que vinha acontecendo na política, não só em Petrolândia, mas em outros municípios do estado. O que é que a gente via por aí? A gente via, eu não estou dizendo em Petrolândia, mas o que a gente tem conhecimento é de que os líderes políticos (dos municípios) viajavam para a capital, quando chegavam lá, faziam os seus acordos, e lá definiam os rumos dos municípios, sem ouvir a base, sem ouvir os representantes principais, que são os vereadores, que são os políticos mais próximos do povo, e você sabe disso. Hoje, você tem um prefeito na cidade, mas vereadores você tem onze. E na hora que o eleitor procura alguma pessoa para resolver o problema dele, ele procura o vereador, porque ele acha onze. Então, nós procuramos, não sei se vamos conseguir, mudar um pouco isso. Então nasceu a ideia de a gente procurar pessoas para apoiar, que tivessem compromisso com os nossos ideais, com o que a gente pensa para o nosso município. Então, a partir daí, nós começamos pelo Senador Armando Monteiro. Nós tínhamos que procurar um candidato a governador que não fosse (empurrado) de goela abaixo, escolhido como é escolhido hoje, ou seja: um loteamento escancarado, político, como se nunca se viu. Por exemplo: Prefeito de tal lugar, eu vou dar a fulano de tal, prefeito de tal lugar, eu vou dar a fulano de tal, tudo pela conveniência política. Então, nós procuramos o Senador Armando Monteiro que, diga-se de passagem, é uma pessoa muito preparada, que teve vários mandatos de deputado federal, mandato de Senador da República, por onze anos foi presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), e que tem toda uma bagagem para assumir o governo de Pernambuco. E a partir daí, nós procuramos o grupo, e quando eu digo o grupo, Assis, não é Fabiano, não é Carlinhos, não é Jorge, não é Zé Pezão, não é Rogério, é o grupo. Eu acho que é isso que está fazendo a diferença, porque nós não temos um chefe político, não temos um líder político, nós temos um colegiado de pessoas, onde todos dão a sua opinião. Outra coisa, que no verbo da gente a gente usa o plural. Não sou eu que estou resolvendo, mas nós estamos resolvendo, nós estamos tentando resolver. Então, nós procuramos o Senador Armando Monteiro, onde fizemos o compromisso com ele, para que se ele for eleito governador, que ele dê prioridade ao nosso município. Passamos pra ele as dificuldades que o município passa, apesar do município ser um município rico, mas que a gente vê que, dentro da cidade, é uma coisa muito bonita, mas quando você sai, não precisa nem sair um quilômetro, basta sair 500 metros da cidade. Se você for ao Bairro Nova Esperança, a realidade é totalmente diferente do que se fala e do que se mostra. Então, aí o Senador Armando Monteiro fez o compromisso com a gente, e a gente fez o compromisso com ele para apoiá-lo. Depois do (candidato) governador, nós procuramos pessoas identificadas com a nossa região. Se não havia candidatos de nossa cidade, o que é que a gente procurou? Procuramos pessoas que fossem da região, pessoas como o ex-prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti, que é aqui de Arcoverde, Sertão do Moxotó. Não adiantava a gente trazer uma pessoa para Petrolândia que só saiba o que é praia, só saiba o que é Itamaracá, Porto de Galinhas. A gente tinha que trazer pra cá pessoas que tivessem as mesmas dificuldades da gente, que soubessem o que é seca, que soubessem, Assis, como a gente passou ali há pouco (no Bairro Nova Esperança), o que são 200 pessoas em um chafariz, pegando um balde d'água. A gente tinha que procurar pessoas que sentissem na pele esses problemas. Então, nós procuramos o ex-prefeito Zeca Cavalcanti, e aí fechamos com ele um compromisso para Petrolândia, e quando eu digo para Petrolândia, não é para Fabiano, não é para Jorge, não é para Rogério Novaes, é para Petrolândia. Aqui ninguém está olhando para o nariz da gente, a gente está olhando para Petrolândia, porque é como o deputado Rodrigo Novaes falou agora há pouco, na entrevista, que se nós (do grupo) fôssemos oportunistas, a gente estava no governo, porque era muito mais fácil pra gente. A gente tem um governo que vai até dezembro de 2016, e a gente abdicou de tudo isso, a gente abdicou de estar (junto com o prefeito), porque tinha algumas coisas em que a gente não concordava. Então, daí, depois de fechar com o ex-prefeito Zeca Cavalcanti, nós fomos procurar o candidato a deputado estadual. Muita gente procurava a gente, e perguntava "e aí? em quem a gente vai votar", e a gente dizia "espere, que a gente ainda está fechando (com um candidato), pra não dar um passo errado". E aí procuramos uma pessoa aqui de perto, o deputado Rodrigo Novaes. Quem não conhece o deputado Rodrigo Novaes aqui em Petrolândia? Ele é um deputado, pode-se dizer, um dos mais presentes nos últimos tempos em nossa cidade. É um deputado que você liga e ele atende, ele não precisa de secretário para atender. Ele mesmo liga e ele mesmo resolve. Então, eu juntei, pra falar a verdade, a fome com a vontade de comer. Eu já tinha vontade de votar neste deputado e, diante da conjuntura municipal, nós fizemos o acordo para o nosso grupo votar nele. Então, hoje nós estamos com uma chapa praticamente fechada. Presidente é Dilma, governador Armando Monteiro, Senador João Paulo do PT, deputado federal Zeca Cavalcanti e deputado estadual Rodrigo Novaes. Eu digo isso, com todo o entusiasmo e com toda vontade, e vou trabalhar sem atacar ninguém, vou trabalhar diante de minhas possibilidades, o que eu puder fazer por essa chapa, eu vou fazer. Não só eu, como os meus colegas, e quando a gente diz aqui, Assis, os vereadores, a gente não pode ser ingrato. Hoje, você tem seis vereadores, mas você tem várias pessoas. Eu tenho o ex-vereador Ribeiro, que acompanha a gente, que é um ex-vereador que teve quatro mandatos por Petrolândia, a gente tem um Jorge Eletricist, que é primeiro suplente, a gente tem o Nel, que foi primeiro suplente, a gente tem Lindomar do Som, Aldenir Pintor, Maria Helena, enfim, a gente tem várias e várias pessoas que estão comprometidas com este projeto, que não é um projeto individual não, Assis. É um projeto que eu tenho que lhe dizer que não é individual, porque dentro deste projeto várias pessoas abdicaram de outros compromissos, como o vereador Carlinhos, que tinha um compromisso com um outro deputado estadual, e abdicou desse apoio em favor do grupo. Também o vereador Rogério Novaes tinha um compromisso e abdicou em favor do grupo. Por quê? o objetivo nosso não é o nosso umbigo, é Petrolândia.
Fabiano Marques: Isso aí é lenda, Assis. Isso aí não tem nada a ver. Isso aí são fatos passados que não trazem vantagem nenhuma, não trazem fator positivo nenhum de trazer à tona. Eu acredito que uma chapa tem que ser construída quando um prefeito está de acordo, ele quer um vice de acordo com ele, e não um vice imposto. Mas, se você me perguntar se eu tinha intenção de um dia eu ser vice ou prefeito, eu tenho sim, eu não tenho vergonha de dizer. Eu sou um vereador por quatro mandatos, já fui o mais votado, já fui, pela primeira vez (em Petrolândia), quatro vezes presidente da Câmara, por maioria, sem precisar de disputa. Se você for observar, teve uma eleição, a primeira minha, que eu perdi, não obtive votos para ser eleito, mas eu tive 259 votos, na segunda eleição, 458, na terceira, 875, na quarta, 1.127 e na quinta, 1.166 votos. Então, eu tenho o direito, eu tenho vontade, e é legitima a minha vontade de um dia eu poder servir à minha cidade de uma outra maneira.
Ou seja, de uma certa forma, você ficou chateado por não ter sido indicado para ser vice nas eleições de 2010.
Fabiano Marques: Não, de forma alguma. Até que hoje eu me sinto mais livre e solto para voar.
Hoje, Fabiano Marques é candidato a prefeito nas eleições de 2016?
Fabiano Marques: O futuro a Deus pertence. É a minha resposta. Hoje eu posso lhe dizer que eu vou trabalhar com toda a minha vontade, com todo o meu ânimo para eleger Zeca Cavalcanti, Rodrigo Novaes, Armando Monteiro, João Paulo e Dilma, pra que assim a gente possa cobrar para o povo de Petrolândia melhorias com uma saúde melhor, uma agricultura melhor e uma diferença social menor. Porque hoje, eu sempre tenho dito em meus discursos, não só em Petrolândia, mas no estado e no Brasil, nós temos um país em uma situação onde poucos têm muito, e muitos têm pouco, e isso eu não concordo.
Aqui em Petrolândia, você também vê assim?
Fabiano Marques: Também. Em Petrolândia, como no resto do país.
Então, pra finalizar, qual a sua decisão: vai se declarar candidato a prefeito em 2016, só depois das eleições deste ano?
Isso quer dizer que você se sente preparado para ser prefeito do município?
Fabiano Marques: Preparado eu sou, assim como qualquer outro vereador. Até porque o vereador é o político mais preparado para ser o prefeito de uma cidade, porque ele está na base, ele sente qual são os anseios do povo.
O vereador é mais cobrado do que o prefeito?
Fabiano Marques: Com certeza. O vereador está lá no meio da rua todos os dias. O prefeito também é cobrado, mas o prefeito, às vezes, como ele é executivo, ele tem a caneta na mão, e o vereador infelizmente não tem.
Você acha que o prefeito deveria sair mais às ruas?
Quero lhe agradecer pela entrevista e deixo o espaço para que você possa deixar sua mensagem para o povo de Petrolândia, que inclusive está comparecendo mais às reuniões da Câmara.
Fabiano Marques: Com certeza, é uma mensagem de agradecimentos, até porque ultimamente nós temos recebido a visita de muitos cidadãos de Petrolândia. Na última reunião nós tivemos a visita de quase 200 pessoas, e infelizmente, nas redes sociais, alguns funcionários da prefeitura, eles vendem uma imagem imagem que não é do Legislativo. Eles vão pra lá, mas postam nas redes sociais as coisas que não são a realidade, como nesta última reunião, em que algumas pessoas divulgaram que houve baixaria. Mas não houve baixaria de maneira alguma. Houve democracia, houve debate, Assis, porque a Câmara de Vereadores é a casa do povo, é a casa do debate. E se não houver debate, não há democracia, concorda? Então, a mensagem que a gente deixa aqui é de que continuem visitando a Câmara, continuem acompanhando o trabalho dos seus parlamentares. E eu queria antecipar aqui e dizer, em primeira mão, que eu estou encerrando a minha vida legislativa em Petrolândia, esse é o meu último mandato de vereador. Já conversei com os meus correligionários, já conversei com a minha família, que eu vou encerrar em dezembro de 2016. Até porque eu acho que não é bom um vereador passar quatro, cinco, seis mandatos. É bom haver renovação, porque tem muita gente com gás e a gente já se sente um pouco cansado. A gente quer ir pra outras batalhas, se assim Deus permitir, e obrigado a você, Assis, pela oportunidade de fazer esses esclarecimentos.
Redação do Blog de Assis Ramalho
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