quarta-feira, maio 14, 2014

Adesão de paralisação da PM é parcial em batalhões do interior de Pernambuco; confira

Parte da categoria se reuniu em frente ao Palácio
do Governo. (Foto: Luna Markman / G1) 

A paralisação dos policiais militares de Pernambuco teve adesão parcial em unidades do interior. O G1 entrou em contato com 12 unidades, situadas desde Mata Sul até parte do Sertão e, em quatro delas, os policiais estão trabalhando com efetivo normal. Já nas outras oito, o efetivo está aquartelado. 

Em Gravatá, no Agreste, os policiais que compõem a 5ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) estão aquartelados, apenas ocorrências com homicídio ou risco iminente serão atendidas. Já em Serra Talhada, no Sertão, apenas 10% do efetivo está realizando rondas na cidade; os demais policias permanecem dentro do 14º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Mesma situação dos policiais que trabalham no 24º BPM de Santa Cruz do Capibaribe, também no Agreste. 

O 3º BPM de Arcoverde, também no Sertão, está com 20% do efetivo trabalhando nas ruas. Em Floresta, a adesão à paralisação é maior: apenas 15% do efetivo realiza rondas no município. O 9º BPM de Garanhuns e 22º BPM de Surubim também aderiram ao movimento e têm pouco mais de 15% dos policiais trabalhando. 

O 10º BPM em Palmares, o 15º em Belo Jardim, o 23º em Afogados da Ingazeira e 8ª CIPM em Pesqueira não aderiram à paralisação e, segundo os comandantes das unidades, não sofrem nenhuma alteração na prestação dos serviços. O coronel Marcos Campos, comandante do 4º BPM de Caruaru, no Agreste, disse estar impossibilitado de passar informações sobre a paralisação.

Negociação
Após reunião com líderes do governo do estado e representantes da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a comissão independente de PMs decidiu manter, nesta quarta-feira (14), a paralisação iniciada na noite de terça (13). Em assembleia realizada no início da noite desta quarta, parte da categoria que aderiu à mobilização decidiu permanecer acampada em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo estadual. O governo ainda não se pronunciou sobre a manutenção do movimento. 

Um dos representantes dos PMs, soldado Joel Maurino, afirmou que não foi fechado acordo quanto ao aumento de 50% no salário-base, uma das reivindicações da categoria. “Mesmo sendo ano eleitoral e com a Lei de Responsabilidade Fiscal, PMs de outros locais, como Rio de Janeiro e Manaus, tiveram aumento maior que o nosso. Não é possível que Pernambuco, um estado que teve um crescimento grande nos últimos anos, não consiga nos dar esse reajuste”, comentou.

Ainda segundo ele, durante a reunião, ficou acordada a criação, a partir de quinta (15), de uma comissão especial para tratar da reestruturação do centro médico hospitalar da PM. “Também tivemos a garantia da Alepe de que, até 30 de julho, será resolvida a questão das promoções. Já a incorporação da gratificação do risco de vida no salário, no valor de R$ 500, será votada até 30 de julho no plenário da Assembleia”, acrescentou Joel Maurino. 

O grupo envolvido na mobilização também pleiteia, entre outros pontos, aumento do vale-refeição e estruturação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) da corporação. 

Aulas suspensas na UFPE, Rural e Unicap
Devido ao movimento, as universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal Rural (UFRPE) decidiram cancelar as aulas no turno da noite desta quarta. A UFRPE irá suspender as atividades nos campi Recife (Zona Norte da capital), Garanhuns (Agreste) e Serra Talhada (Sertão). A Reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) informou que não haverá aulas nos campi do Recife (Zona Oeste da capital), Vitória de Santo Antão (Zona da Mata) e Caruaru (Agreste). Já os alunos da Unicap só terão a primeira aula do turno da noite, com término previsto para as 20h20. A segunda aula está cancelada. 

Panorama
Nesta quarta-feira (14), primeiro dia de paralisação, dezenas de viaturas da PM ficaram paradas durante a manhã em frente ao 16º Batalhão Frei Caneca, no Cais de Santa Rita, área central do Recife. Alguns pontos móveis da Polícia Militar, também pelo Centro, estavam fechados e sem movimento. No percurso de Olinda à área central da capital pernambucana, nenhum PM foi visto pela equipe de reportagem do G1. 

O posto da esquina da Rua Sete de Setembro, próximo à Avenida Conde da Boa Vista, e o da Rua da Imperatriz que fica na esquina com a Rua do Hospício, também no Centro, não abriram. 

Entenda a paralisação
Em assembleia realizada na noite da terça-feira, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, no Recife, uma comissão independente de policiais e bombeiros militares decidiu cruzar os braços, após participar de reunião com o secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, e com o chefe da Casa Militar, coronel Mario Cavalcanti de Albuquerque. Não há consenso sobre o número de participantes da assembleia: os representantes do movimento afirmam que 6 mil PMs e bombeiros estavam no local, mas o Batalhão de Polícia de Trânsito informa que não passou de 2 mil o total de presentes. 

Após a reunião, Vasquez informou que os PMs terão reajuste de 14,55% no contracheque de junho, equivalente à quarta parcela acordada em acerto entre governo e categoria, há quatro anos. O primeiro aumento foi em 2011, de 14%; a segunda e a terceira parcelas foram de 10%, em 2012 e 2013. Os reajustes foram concedidos sempre no mês de junho de cada ano.

G1 Caruaru e Região

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