Convocação para caminhada circula pelas redes sociais
Os Policiais Militares de Pernambuco prometem realizar, nesta sexta-feira (25), uma passeata de protesto contra o que chamam de “abandono da categoria” por parte do Governo do Estado e decidir, durante a ação, se entrarão ou não em greve. Na passeata, com concentração marcada às 13h30, na praça do Derby, em frente ao prédio do Memorial de Medicina, os agentes irão marchar até o prédio da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) e entregar uma pauta de reivindicações trabalhistas aos Deputados, solicitando o auxílio dos parlamentares. Caso, até o fim da mobilização, o Governo de Pernambuco não se posicione sobre as reivindicações da categoria, já repassadas para os gestores do Estado, os policiais entrarão em greve.
Dentre as reivindicações da categoria, está a isonomia salarial dos motoristas da Polícia Militar (PM) com os outros órgãos do Estado (valor que atualmente seria inferior em cerca de R$ 200 reais); aumento do vale-refeição mensal pago aos agentes em 100% (passando de R$ 150 reais para R$ 300 reais); e o aumento salarial dos policias em 25% (agentes administrativos), 45% (agentes operacionais) e 50% (agentes da polícia especializada).
Além do incremento das remunerações, os agentes também solicitam que equipamentos de trabalho individuais (sprays de pimenta, coletes e outras armas não letais) sejam ofertados pela PM e não precisem ser comprados pelo próprio policial; que as viaturas da PM recebam manutenção (muitas estariam com pneus carecas e sem step); e melhores condições de atendimento no Sistema de Saúde dos Militares do Estado (Sismepe).
Em contato com o portal FolhaPE, um agente administrativo da PM-PE (que pediu que sua identidade fosse mantida em sigilo) organizador da ação desta sexta-feira, disse que os policias de Pernambuco se sentem desmotivados e abandonados. “Nós ganhamos muito pouco e somos mal preparados. O policial ganha pouco e o Governo do Estado não está interessado em cuidar dos agentes. Para você ter uma ideia, o Sismepe só atende uma vez por semana e, ainda assim, nunca conseguimos ser atendidos por telefone e marcar consultas”, contou.
Segundo essa fonte, os policiais precisam conviver, constantemente, com o medo. “O Governo de Pernambuco só quer o policial na rua, mas não nos dá suporte de trabalho e ajuda em erros. Se errarmos, somos severamente punidos, mas ninguém diz que nosso treinamento é insuficiente”, disse.
Além das reivindicações de caráter prioritariamente trabalhistas, a PM de Pernambuco também deve solicitar posicionamentos políticos por parte do Governo. Segundo o agente que repassou informações ao FolhaPE, os policiais pernambucanos querem que o sargento José Ricardo Ferreira de Lima, colocado em prisão administrativa por cobrar remunerações salariais referentes ao ano de 2011, seja posto em liberdade. “Como uma pessoa pode solicitar um pagamento e ser preso? Muitas vezes, nós ainda somos colocados para trabalhar em nossos dias de folga”, relatou.
Reunião com o Governo do Estado
O Governador de Pernambuco, João Lyra, convocou às 9h desta quinta-feira (24), no teatro Guararapes do Centro de Convenções de Pernambuco, uma reunião com todos Comandantes da PM e os oficiais que ocupam cargos comissionados ou funções gratificadas na corporação para debater a situação da PM de Pernambuco.
No entanto, segundo a fonte do FolhaPE, o intuito da reunião é intimidar os agentes. “Vão tentar nos coagir ou criar escalas extras para que a gente não participe da passeata. Se não nos atenderem, nós votaremos o início da greve já nesta sexta. Será o que a categoria quiser”, contou.
Fonte: Folha de Pernambuco
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