Um pequeno e belo
conjunto de construções populares, em meio à paisagem rústica do
semiárido baiano, descortina-se com a visita ao Riacho, povoado distante
25 quilômetros de Paulo Afonso, situado à beira da Rodovia BR-110. Ali
se encontram as ruínas da casa de dona Generosa, coiteira de Lampião,
famosa por promover bailes perfumados que atraíam os cangaceiros pelo
sertão.
O conjunto engloba ainda uma capela com um cruzeiro em frente ao cemitério contíguo. Logo adiante, mais três casas deterioradas, tudo emoldurado pela imponente Serra do Umbuzeiro, o ponto mais alto do município, com mais de 500 metros acima do nível do mar. Um prato cheio para pesquisadores do cangaço.
O conjunto engloba ainda uma capela com um cruzeiro em frente ao cemitério contíguo. Logo adiante, mais três casas deterioradas, tudo emoldurado pela imponente Serra do Umbuzeiro, o ponto mais alto do município, com mais de 500 metros acima do nível do mar. Um prato cheio para pesquisadores do cangaço.
Diz a lenda que o perfume usado por
Lampião era tão forte que todos se escondiam quando percebiam sua
presença pelo cheiro vindo lá da serra. E dona Generosa então preparava o
baile para o rei do cangaço e seu bando, que andaram também pelo Raso
da Catarina, reserva ecológica e indígena que serviu de abrigo para os
cangaceiros e também integra o roteiro do cangaço em Paulo Afonso.
Cenário
Generosa Gomes de Sá, que morreu na década de 1950, aos 114 anos de idade, "contratava as mulheres e os músicos e fazia os bailes. O que a gente chama de forró, eles chamavam de baile. Mas tudo era feito no maior respeito", informa o historiador e escritor João de Sousa Lima.
Generosa Gomes de Sá, que morreu na década de 1950, aos 114 anos de idade, "contratava as mulheres e os músicos e fazia os bailes. O que a gente chama de forró, eles chamavam de baile. Mas tudo era feito no maior respeito", informa o historiador e escritor João de Sousa Lima.
Ele destaca os símbolos esculpidos pela
coiteira na capela, que são as mesmas estrelas que aparecem nos chapéus
dos cangaceiros. "Tanto as orações quanto esses símbolos eram para pedir
proteção divina", diz.
Autor de nove livros, o historiador
conta que as casas e a capela foram construídas por dona Generosa em
1900, que contratou pedreiros de Pernambuco para fazer o adobe, pois na
região se erguiam imóveis apenas de taipa. Tudo aquilo, acrescenta,
"forma um dos mais espetaculares conjuntos arquitetônicos". Um cenário
cada vez mais determinante em meio à rota que define, pelos nove estados
da Região Nordeste, os caminhos percorridos por Virgulino Ferreira da
Silva, o Lampião, morto na Grota do Angico, em Canindé de São Francisco
(SE), em julho de 1938.
As construções de alvenaria erguidas em um sertão remoto chamam a atenção em meio à vegetação típica.
Restam poucas paredes em pé, sobretudo
da casa onde aconteciam os bailes perfumados, que sobressaem pela
espessura e formato, em contraposição à taipa usada normalmente naquela
época e lugar. Dona Generosa não teve filhos, mas construiu as outras
três casas para os adotivos, conta João de Sousa Lima.
A 13 quilômetros do Riacho, no povoado
de Malhada da Caiçara, encontra-se a casa em que Maria Bonita morou
antes de fugir com o bando de Lampião. Transformada em museu, ali podem
ser contemplados objetos, referências e reproduções de fotos do cangaço.
Perto, ergue-se a Serra do Umbuzeiro, de
onde se avistam Delmiro Gouveia e toda a cidade de Paulo Afonso. Entre
os atrativos, também, o Raso da Catarina, maior reserva de caatinga do
mundo, distante cerca de 48 quilômetros do centro de Paulo Afonso.
São destinos que precisam ser melhor
explorados, segundo o presidente do Sindicato de Turismo da Bahia
(Sindetur), Luiz Augusto Leão Costa.
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