Os índices são determinantes para a abertura de novos cursos e funcionamento dos que já existem. Entre as ideias citadas está a adoção de computadores no Enade. O exame tem o maior peso nas avaliações, corresponde a 70% do CPC, que por sua vez é usado no cálculo do IGC. O Enade é aplicado em todo o país aos estudantes do último ano de graduação.
Para obter o diploma o estudante deve fazer o Enade, mas não existe um desempenho obrigatório. Por isso, o exame é alvo de boicotes por parte dos estudantes e o peso da avaliação nos indicadores é criticado por instituições de ensino superior, que acabam sendo penalizadas.
Segundo a diretora de Avaliação da Educação Superior do Inep, Cláudia Griboski, ainda não há perspectivas de aplicação da ideia, mas ela explica que, com o uso de computadores, o estudante faria a prova na instituição em que estuda. "Hoje ele tem que sair, ir para outro local em um domingo. [O computador] facilita a participação do estudante".
Outra ideia em discussão é a utilização da metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI), em que o valor de cada questão varia conforme o percentual de acertos e erros dos estudantes naquele item. Assim, um item em que grande número dos candidatos acertaram será considerado fácil e, por essa razão, valerá menos pontos e vice-versa. A metodologia é utilizada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Para que isso seja possível é preciso ampliar o banco nacional da educação superior. O banco é formado por questões elaboradas por docentes que atuam nas áreas avaliadas. Essas questões são usadas na construção das provas do Enade. Segundo Cláudia, o banco tem hoje aproximadamente 6 mil questões. "Levaria mais uns cinco anos para ter a possibilidade de usar essa metodologia".
Além das mudanças no Enade, foi discutida a necessidade da interiorização do ensino superior e o papel do Sinaes nessa expansão. Atualmente, 66% dos municípios brasileiros, 3,6 mil cidades, não têm oferta de ensino superior, seja presencial ou a distância, segundo dados do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Precisamos de instrumentos e mecanismos que façam a indução da oferta de cursos nesses locais longínquos. Não apenas presencial, mas provavelmente a educação a distância pode ser um grande contribuidor", disse a assessora da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, Cleunice Matos Rehem.
Agêncaia Brasil
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