Em meio aos riscos de Dilma chutar "a bola quadrada", a orientação dada pelo Palácio é para que os petistas saiam da inércia e comecem a massificar os efeitos positivos que a competição garantirá ao país. Nesta última semana, ficou decidido que o próprio Lula vai enfrentar os adversários até meados de julho e depois repassar a bola à aliada. Ele vai comandar o "bateu levou" e contar com a ajuda de ministros com inserção junto aos movimentos sociais, como Gilberto Carvalho (ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência da República).
Outros mais otimistas, no entanto, acreditam que esse é o momento para Eduardo se destacar. Em junho do ano passado, quando as manifestações atingiram o auge, o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, e a ex-senadora Marina Silva cresceram nas pesquisas de intenções de votos por serem identificados com a causa das ruas. Hoje, contudo, Marina é pré-candidata a vice de Eduardo e ambos dizem, por onde passam, identificarem-se com as reivindicações. "Não temo as manifestações. Já fui muito às ruas como jovem, como militante. Todas as vezes que fomos às ruas, foi para melhorar o Brasil", afirmou o socialista em Cascavel, no Paraná, na semana passada.
O senador Aécio Neves (PSDB) também não quer levar "uma bola nas costas". Ele vai ver alguns jogos em Belo Horizonte - capital do seu estado -, Manaus e Salvador, onde tem aliados no comando, mas pretende ter uma agenda discreta. Especialmente porque o governo de seu aliado em Minas, seu reduto eleitoral, também pode virar vidraça. Belo Horizonte, por sinal, foi uma das cidades-sede onde o clima esquentou bastante no ano passado, com manifestantes ao redor do estádio e confronto com as forças de segurança. "Quem quiser faturar com a Copa, vai quebrar a cara", tem advertido o parlamentar em conversa com mais próximos.
Segundo lideranças políticas que falam em reserva, embora Aécio e Eduardo estejam numa posição mais confortável, não haverá como descolar os protestos de toda a classe política. O efeito Copa, aliás, será um divisor de águas na eleição. Dilma sobe ou despenca de vez e seus adversários seguem no mesmo ritmo. No futebol, como na política, o segundo lugar significa nada.
Fonte: Diário de Pernambuco
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