A informação foi divulgada pela Agencia Boliviana de Información (ABI) e confirmada pelo Palácio Itamaraty. A chancelaria brasileira revelou que autoridades dos dois países avaliam a situação do Rio Madeira, e adiantou que o ministro Figueiredo irá à Bolívia, no início de abril, para uma visita bilateral ampla, na qual o tema da influência das hidrelétricas na situação do Rio Madeira poderá ser discutido.
De acordo com a ABI, Choquehuanca disse que, na semana passada, uma comissão boliviana viajou para analisar a situação com autoridades brasileiras. Segundo o ministro boliviano, os dois países acordaram que uma comissão bilateral trabalhe sobre as preocupações que a Bolívia expressou sobre a incidência das hidrelétricas no território boliviano.
“Estamos organizando reuniões de técnicos em nível binacional, de onde vamos recolher todas as informações técnicas e científicas, e logo veremos que ações tomar”, disse Choquehuanca. Ele revelou que na agenda com o ministro Figueiredo, estão previstos também temas comerciais, de energia e diplomáticos.
As chuvas e inundações, que começaram em setembro passado, deixaram 60 mortos e pelo menos 60 mil famílias afetadas na Bolívia. No Brasil, mais de 2 mil famílias atingidas pela cheia do Rio Madeira estão em abrigos de Porto Velho e de outras localidades. Em São Carlos e Nazaré, por exemplo, todas as famílias precisaram deixar suas casas.
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que monitora a vazão do Rio Madeira, avalia que a operação das usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, não influencia a cheia do rio. “Não temos observado influência das usinas, porque elas são a fio d’água, não retêm água. Elas têm um protocolo de nível mínimo e máximo, e têm mantido isso o tempo inteiro. A água que entra, passa”, explica o diretor de Hidrologia e Gestão Territorial do CPRM, Thales Sampaio. Segundo ele, o que está causando a cheia no Rio Madeira é o excesso de chuvas na Bolívia, onde ficam as cabeceiras do rio. “Choveu acima da média desde outubro, na Bolívia, especialmente em janeiro e fevereiro”, diz o diretor.
*Com informações da Agencia Boliviana de Información
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