A cobrança direta é de que o governo crie um fundo financeiro para indenizar a população que é diretamente atingida pelas barragens.
Em frente à Chesf, um grupo com cerca de 500 pessoas montou um amplo acampamento. Essas pessoas vieram do Ceará, Piauí, Maranhão, Bahia, Paraíba e também daqui de Pernambuco e pretendem ficar até que a Chesf negocie as reivindicações. Os manifestantes ficam em barracas de camping e redes. Durante a tarde, eles vão realizar um seminário para discutir “A visão popular da energia e petróleo no contexto atual”.
A cobrança direta é de que o governo crie um fundo financeiro para indenizar a população que é diretamente atingida pelas barragens. "Esperamos que o governo possa pagar a dívida histórica com essas pessoas atingidas. Agricultores que perderam o trabalho, pessoas que moram perto da usina e não possuem energia elétrica em casa, enchentes que deixam a população ilhada", protestou José Josivaldo, coordenador nacional do MAB.
De acordo com a representando do MAB, Marta Rodrigues, moradores de cidades onde existem hidrelétricas sofrem "duras penas" sem que o governo interfira. "Depois que constrói a barragem, toda a negociação com a população fica por conta da empresa. A gente acaba ficando sem qualquer assistência", reclamou Marta.
Para a militante, vários direitos humanos são violados por causa do funcionamento das barragens. "Os moradores da região da hidrelétrica acabam ficando sem água, sem condições de trafegar no entorno da barragem, comunicação com internet e telefone não existe. É uma série de violações aos direitos humanos, por isso pedimos um fundo de recursos para reparar essa dívida", explicou.
Os manifestantes dizem que as enchentes nas barragens destróem a produção agrícola das cidades. Diretamente atingidos pela Chesf, existem os municípios de Sobradinho e Itaparica, na Bahia. Nestas cidades, passa o leito do Rio São Francisco. Mais de 117 mil pessoas são prejudicadas pela atividade das hidrelétricas.
Do JC Online
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