Nesta quinta-feira (20), o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), acompanhado por comitiva, esteve em Petrolândia, no Sertão do Estado, para inauguração do Posto Avançado de Bombeiros na cidade, da quadra coberta da EREM Mª Cavalcanti Nunes e entrega de três veículos do programa PE Conduz a municípios da região. Na oportunidade, o governador e candidato declarado à presidência da República, foi entrevistado com exclusividade pelo Blog de Assis Ramalho.
Na entrevista, Eduardo Campos confirmou que deixará o mandato no dia 4 de abril, data máxima estabelecida pela legislação eleitoral, para se dedicar à campanha de sucessão presidencial. Com a saída de Campos, o vice-governador do Estado, João Lyra Neto (PSB), vai assumir o comando de Pernambuco.
Também na entrevista, Eduardo Campos fala sobre as ações do seu governo e diz que, a partir de abril, a base central do seu governo será em São Paulo.
"Na verdade, a gente vai ter uma base de apoio muito forte em São Paulo. São Paulo é o maior Estado do Brasil, e tem muitos nordestinos, assim como a gente. Este ano teremos a primeira eleição presidencial em que não terá nenhum candidato paulista disputando e a nossa decisão é que a nossa base central será feita em São Paulo."
"Não se trata de enfrentar o presidente Lula. O presidente Lula é nosso amigo, meu companheiro, eu sempre votei nele em todas as eleições para presidente. Nós vamos enfrentar é a Dilma, que é outra coisa. A Dilma teve a chance dela, nós ajudamos, inclusive, a pedido de Lula. Colocamos ela na presidência da República para ela melhorar o Brasil, e ela não conseguiu botar o Brasil para seguir mudando. Então, se ela não conseguiu, é hora de a gente construir um jeito novo, que preserve as conquistas que o Lula deixou''.
Leia abaixo, na íntegra, a entrevista concedida por Eduardo Campos ao Blog de Assis Ramalho.
Assis Ramalho: Governador, primeiramente quero agradecer pela honra de mais uma vez o senhor atender a nossa reportagem, e gostaria que o senhor fizesse uma análise de sua visita à cidade de Petrolândia, já em clima de despedida do seu governo.
Eduardo Campos: Antes de deixar o governo, por força da lei, no dia 04 de abril, eu fiz questão de voltar a Petrolândia. Isso por tudo que a cidade significa, pelo apoio e pela solidariedade que tive do povo de Petrolândia nas duas eleições que disputei ao governo do Estado. E desta vez, Assis, viemos aqui fazer entrega de um equipamento que foi reivindicado pelo povo de Petrolândia, que foi uma Unidade do Corpo de Bombeiros, e também entregamos o trabalho da recuperação da Escola Maria Cavalcanti, como também da cobertura da sua quadra esportiva. Também fizemos a entrega de unidade móveis (vans) de saúde para Petrolândia e para todos os municípios do Sertão de Itaparica. Então, é um momento de muita emoção, de rever tantos companheiros e amigos, e poder dizer a eles, de viva voz, que eu estou animado com o futuro de Pernambuco, e que eu estou animado com o futuro do Brasil. A missão que me está sendo entregue neste momento, eu sei que é uma grande missão, mas eu tenho confiança de que eu vou cumprir essa missão. E, com ela cumprida, eu terei a possibilidade de ajudar mais e mais a cidade de Petrolândia, a região, e o nosso Estado de Pernambuco.
Assis Ramalho: Quando o senhor deixar o governo (no dia 4 de abril), vai fixar residência em São Paulo para ficar mais próximo do eixo sul-sudeste e de regiões mais distantes?
Eduardo Campos: Na verdade, a gente vai ter uma base de apoio muito forte em São Paulo. São Paulo é o maior Estado do Brasil, e tem muitos nordestinos, assim como a gente. Este ano teremos a primeira eleição presidencial que não terá nenhum candidato paulista disputando e a nossa decisão é que a nossa base central será feita em São Paulo. Mas vou sempre estar presente em Pernambuco, onde está a minha família, meus filhos, minha mulher. Mas nestes seis meses, Assis, a gente vai mesmo é morar no Brasil, indo para os quatro cantos dos estados. Acho que há uma perspectiva muito positiva, há um desejo de mudanças, de mudanças para melhor, mudanças que possam preservar as conquistas. O Brasil cansou desta polaridade, desta discussão de quem é menos ruim. O Brasil precisa do que é melhor e não do que é menos ruim.
Eduardo Campos: Não se trata de enfrentar o (ex)presidente Lula. O (ex)presidente Lula é nosso amigo, meu companheiro, eu sempre votei nele em todas as eleições para presidente. Nós vamos enfrentar é a Dilma, que é outra coisa. A Dilma teve a chance dela, nós ajudamos, inclusive, a pedido de Lula. Colocamos ela na presidência da República para ela melhorar o Brasil, e ela não conseguiu botar o Brasil para seguir mudando. Ela não conseguiu melhorar o Brasil, e era o compromisso dela. Então, se ela não conseguiu, é hora de a gente construir um jeito novo, que preserve as conquistas que o Lula deixou, porque se continuar do jeito que está, muitas coisas boas que Lula fez vão se perder. E a gente precisa garantir as coisas boas que o Lula deixou e fazer muito mais pelo futuro do Brasil. Acho que a presidenta Dilma já teve a chance dela e agora é hora de dar chance à renovação.
Eduardo Campos: Eu é que quero lhe agradecer, Assis. A você e a todos os leitores do seu blog, e dizer que foi uma satisfação enorme. Muito obrigado por toda a cobertura e eu tenho certeza que a gente vai voltar a se encontrar em outros momentos.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assessoria do Governador Eduardo Campos
Clique e veja esta matéria em destaque no Jornal Folha de São Paulo>http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1428347-sob-dilma-as-coisas-vao-piorar-para-a-populacao-diz-campos.shtml
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