José Bernardo dos Santos, que trabalhou como vigilante na empresa entre 1991 e 2011, contou que se demitiu devido aos abusos. De acordo com a testemunha, o empresário o chamou por quatro vezes a sua sala, onde foi ofendido com expressões racistas como “preto sujo”. “Destacou, ainda, que, em certa oportunidade, viu um revólver dentro da gaveta da mesa do segundo requerido [André Gogolia] e que, durante as humilhações sofridas, ele permanecia abrindo e fechando a referida gaveta”, acrescenta o texto da sentença.
Outro funcionário, Alípio Rezende de Oliveira, também relatou ter passado por situações semelhantes. “Empregado da primeira requerida desde 1999, o qual informou que de duas a três vezes por semana era chamado à sala do segundo requerido [André Gogolia] e lá era por ele chamado de 'barrigudo', 'corno'”, ressalta a decisão. O empregado também disse ter sido intimidado com o revólver pelo patrão.
A Delegacia de Polícia Federal em Sorocaba confirmou o registro de um revólver calibre 38 em nome de Gogolia. “Diante desse quadro, conclui-se que a parte requerida estabeleceu um ambiente de trabalho hostil, de ameaças e humilhações a seus empregados, quadro violador da dignidade humana e afrontadora do trabalho como valor social”, concluiu o juiz que determinou ainda o fim imediato dos abusos e que cópias da sentença sejam afixadas na empresa.
A empresa Icder não retornou os pedidos de entrevista à Agência Brasil até o fechamento da reportagem.
Agência Brasil
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