Apesar do governo rejeitar a proposta que abre o caminho para a criação de mais de 180 municípios sob o argumento do impacto que medida traria para os cofres públicos, senadores da base estão empenhados em conseguir uma solução alternativa para o impasse.
O líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), pretende ganhar apoio ao longo do dia do autor da proposta, senador Mozarildo Cavalcante (PTB-RR) para que o veto seja mantido com o compromisso de que um texto semelhante a proposta original seja apresentado posteriormente. O novo texto tornaria as regras mais flexíveis no Norte e no Centro-Oeste, um pouco mais rígidas no Sul e no Sudeste, e mais severas no Nordeste. Outro critério a ser incluído no novo projeto seria o número de eleitores da região.
“Nas regiões Norte e Centro-Oeste é que, de fato, a gente encontra situações em que há necessidade de desmembrar municípios. Há municípios gigantescos onde a possibilidade de a sede do município, a prefeitura fazer chegar as políticas públicas até aquela região, se torna difícil”, disse, Costa exemplificando que o município de Altamira (PA) é maior que todo o estado de Sergipe.
A avaliação do governo, segundo Ideli Salvatti é que, nesse caso, a derrubada ou manutenção do veto não pode ser vista como derrota ou vitória do governo pois não se trata de disputa entre situação e oposição,mas sim uma questão que envolve interesses regionais.
Como desde dezembro as votações sobre análise de vetos presidenciais são feitas por meio de voto aberto, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas, aposta que o veto da presidenta Dilma será derrubado na sessão de hoje. “ Com o voto aberto a pressão natural é que os parlamentares mantenham o voto”.
“Esta é uma matéria de grande apelo por causa das situações concretas ( dos municípios hoje) que demandam alterações. Não temos uma legislação detalhada a respeito de desmembramento, incorporação, fusão e criação de municípios. Tivemos histórico de criação de municípios com vários equívocos que foge a lógica e ao bom senso. Há receio de qualquer legislação repitir estes equívocos. Vamos aguardar”, ponderou a ministra ressaltando que o governo prefere aprofundar mais o debate.
Agência Brasil