A Secretaria Estadual de Ressocialização (SERES), no entanto, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Depois de deixar o interior do prédio, o promotor da Vara de Execuções Penais (VEP), Marcellus Ugiette, confirmou as mortes e disse que o cenário é de destruição. Atualmente, a unidade abriga 1.870 presos, mas tem capacidade para 650. O Batalhão de Choque realiza uma vistoria no presídio e as unidades do Corpo de Bombeiros já deixaram o local.
Durante o tumulto, os presidiários ergueram o corpo de um homem sujo de sangue, informando, com gestos, que ele estaria morto. Em seguida, voltaram a erguer o homem, desta vez, coberto por um lençol. Os presos também exibiriram faixas e cartazes, exigindo a saída do diretor da unidade e melhoria na qualidade das refeições. Os detentos mostravam porretes e facões. A situação foi tensa. Enquanto os presos atiravam pedras, os policiais disparavam tiros de balas de borracha.
Por volta das 10h, depois de cerca de três horas de rebelião, viaturas do Batalhão de Choque e da Companhia Indepentende de Operações Especiais (Cioe) entraram na unidade prisional. A imprensa recebeu ordens de se afastar da entrada do prédio e, após serem ouvidos sons de explosões, provavelmente das chamadas bombas de efeito moral, os detentos, que antes se aglomeravam em cima do telhado e pelas janelas, não foram mais vistos. As nuvens de fumaça que saíam das celas também foram dissipadas.
No início da manhã, a Seres alegava que apenas uma minoria dos detentos participava do tumulto, enquanto a maioria estaria nas celas. O secretário da pasta, Romero Ribeiro, está no presídio, ao lado do diretor da unidade, Ricardo Pereira, e do comandante da corporação, o tenente coronel Walter Benjamin.
Diario de Pernambuco
Com informações dos repórteres Wagner Oliveira e Beatriz Lacerda, da TV Clube