Padre foi afastado e está impedido de celebrar missas e batismos.
Declarações mostram que ele pagava de R$ 50 a R$ 200 para jovens.
Em outubro de 2013, o padre renunciou suas funções em um documento enviado pela Arquidiocese da Paraíba ao Ministério Público. No mesmo ofício, a Arquidiocese informa que o padre foi suspenso de suas atividades na igreja e que o caso foi comunidade à Cúria Romana. O sacerdote atuou na paróquia de Jacaraú por quatro anos, segundo a Arquidiocese da Paraíba. A Polícia Civil, que também investiga o caso, não tem informações sobre a localização do padre.
Além dele, outros três padres já foram afastados de suas funções eclesiásticas pela Arquidiocese da Paraíba por serem suspeitos de abusar sexualmente de adolescentes. De acordo com a Arquidiocese, os padres também são alvo de investigações da Polícia Civil e Ministério Público. Com o afastamento, os sacerdotes ficam impedidos de realizar celebrações como missas e batismos.
Segundo o Ministério Público, a investigação teve início há seis meses, quando adolescentes apreendidos suspeito de cometer arrombamentos comentaram com um promotor sobre o suposto aliciamento feito pelo padre.
"Nós soubemos que a casa do padre já tinha sido violada e quando esses meninos foram apreendidos, eram menores de idade, foi perguntado sobre a casa do padre. Foi aí que a coisa veio à tona. Ele disseram 'não, a gente não furta. É o padre que nos dá. Ele nos chama para farrar, nos dá bebida alcoólica, nos paga e tem as sessões de sexo'", explicou o promotor de Justiça de Jacaraú, Marinho Mendes.
O Ministério Público ouviu, até o momento, cinco jovens apontados como vítimas do padre, mas acredita que mais de 20 tiveram envolvimento com o investigado. "Adolescentes na faixa dos 12 aos 17 anos foram abusados. Isso confirmado, sem nenhuma dúvida. Um dos adolescente ouvidos foi crismado pelo padre e ele disse que muitos dessa turma de crismados foram abusados", disse o promotor.
A maioria do pessoal que vai à igreja pensa que o padre é santo"
Pai de adolescente abusado
Ainda conforme informações da promotoria colhidas junto aos adolescentes, o padre dava dinheiro ou presentes para manter relações sexuais. Os abusos aconteciam dentro da própria casa paroquial, ainda segundo os depoimentos.
Declarações obtidas com exclusividade pela TV Cabo Branco dão conta de que o sacerdote pagava quantias que variavam de R$ 50 a R$ 200 para manter relação sexual com os adolescentes. Um adolescente de 15 anos e um primo afirmaram que mantiveram relações sexuais com o padre investigado.
Um adolescente de 16 anos informou que o encontro na casa do padre foi marcado por meio de uma rede social. "Perguntando quantos anos eu tinha, perguntando onde eu morava. Aí eu disse que morava em tal canto e ele disse 'outro dia eu marco contigo pelo Face'. Ele marcou no outro dia e quando eu cheguei lá já tinha um menino lá", disse o jovem, que afirmou ter recebido R$ 22 apenas para não contar a ninguém que esteve lá.
"É uma vergonha, principalmente pra nós que participamos da igreja, o padre vir fazer uma baixaria e uma sem-vergonhice dessas", lamentou o pai de um dos adolescentes abusados, que acompanhou as declarações do filho ao MP. O pai de outro jovem explicou que ninguém desconfiava dos abusos. "O povo, a maioria do pessoal que vai à igreja, pensa que o padre é santo", afirmou.
"O padre fica impossibilitado de celebrar qualquer sacramento. É como se ele não tivesse, momentaneamente, a ordem do sacerdócio. E a gente quer que fique bem claro isso, que a sociedade saiba e que a gente tome as medidas que cabem à Igreja. E aqueles que forem acusados serão indiciados e aí o processo corre como com qualquer cidadão que é acusado na sociedade", esclareceu o vigário geral, Virgílio Bezerra de Almeida.
Padre investigado por abuso em Pitimbu
Um inquérito policial foi aberto na quinta-feira (20) para apurar a denúncia de um abuso sexual cometido em 2008 por um padre da paróquia de Pitimbu, município do Litoral Sul da Paraíba. De acordo com delegado regional do Litoral Sul e responsável pela investigação, Aneílton Castro, a denúncia foi feita pela mãe da vítima, hoje com 21 anos.
Segundo depoimento prestado à polícia pelo jovem, na época do abuso ele tinha 15 anos e o padre oferecia presentes, dinheiro e convites para viagens em troca de favores sexuais. Ainda segundo a denúncia, os abusos aconteciam em moteis em cidades vizinhas à Pitimbu e na própria paróquia.
G1 PB
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