sexta-feira, janeiro 10, 2014

Sem ciranda: Chuvas provocam desabamento do Centro Cultural de Lia de Itamaracá

Lia de Itamaracá (Foto: NE10)

Com as fortes chuvas que atingiram a Região Metropolitana do Recife, o Centro Cultural Estrela de Lia, localizado na Praia de Jaguaribe, na Ilha de Itamaracá, desabou na tarde desta quinta-feira (09). O espaço, concebido e capitaneado pela cirandeira Lia de Itamaracá, desde 2006, é um ponto de encontro da cultura local que recebe regularmente a tradicional Ciranda de Lia, além de atividades socioculturais gratuitas como oficinas de percussão, cerâmica artesanal, confecção de instrumentos, shows entre outros.

Emocionada, a cirandeira lamentou o ocorrido. "Hoje eu estou aqui na praia e me deparei com meu Centro Cultural, que eu amo tanto, no chão. Eu não sei o que vou fazer pra levantar esse espaço novamente, se não tiver um apoio, se não tiver uma ajuda. Eu preciso levantar esse espaço, porque todo o meu sonho era ter esse Centro Cultural", disse.

Sem o apoio de politicas públicas ou privadas, o espaço vinha se deteriorando e havia diminuído as suas atividades há cerca de um ano. A Secretária de Educação e Cultura de Itamaracá, Maria da Conceição Menezes, disse não ter conhecimento do ocorrido, mas afirmou que convocaria uma reunião na manhã da próxima segunda-feira (13). "A Secretaria irá se reunir para decidir quais medidas podem ser tomadas pelo espaço, tendo em vista a importância cultural de Lia e do centro para a ilha de Itamaracá", afirmou.

HISTÓRIA - "Acho que já nasci sorrindo", diz a cirandeira Lia de Itamaracá, que nasceu em 1944 e é Patrimônio Vivo do Estado desde 2005. Famosa no Brasil pela música Quem me deu foi Lia, ela faz do sorriso um cartão de visita.

Depois de gravar um LP, em 1977, a cantora caiu no ostracismo e só voltou à cena em meados dos anos 1990. De lá pra cá, participou do Abril pro Rock, gravou mais dois álbuns e participou de filmes, entre eles Recife frio, de Kleber Mendonça Filho.

Lia já foi chamada de “diva da música negra” pelo jornal norte-americano The New York Times, e comparada à voz da cabo-verdiana Cesária Évora pelo jornal francês Le Parisien.

Fonte: Alef Pontes - do Social1/NE10

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