Médicos radiologistas e de diagnósticos por imagem vão suspender o atendimento aos planos da Sulamérica Saúde por tempo indeterminado, a partir da segunda-feira (13/1), na Bahia. A orientação dos profissionais é que os usuários remarquem os exames ou que paguem como clientes particulares para, posteriormente, cobrar reembolso à operadora. Atendimentos em clínicas de emergência serão mantidos.
O movimento dos médicos baianos é, segundo a coordenadora da Comissão Estadual de Honorários Médicos (Cehm) do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindmed-BA), Débora Angeli, uma reposta à postura da operadora de, sistematicamente, se recusar a negociar com entidades médicas reajustes nos honorários médicos. “Muitos procedimentos estão sem reajuste há dez anos". No mesmo período, ainda segundo ela, o plano reajustou a mensalidade cobrada aos usuários entre 160% e 180%.
Em nota, a Sulamérica informou que possui relacionamento próximo e aberto com os prestadores médicos. E que em setembro do ano passado aplicou reajuste para os serviços de radiologia. Ressaltou também que a média dos índices de reajustes acumulados nos últimos dez anos é superior à média dos índices inflacionários registrados no mesmo período.
A nota não respondeu à reportagem sobre percentuais de reembolso e o tempo entre o recebimento do pedido e o efetivo do pagamento do reembolso para os usuários. A presidente da Associação das Donas de Casa, Selma Magnavita, considerou que o movimento dos médicos, “por mais justo que seja”, prejudica os consumidores.
“O reembolso demora e nunca cobre em 100% o valor da consulta”, explicou. “Os médicos vão prejudicar os clientes do plano, principalmente os de menos recursos. Afinal, os consumidores já pagam caro pelo plano de saúde e não deveriam enfrentar greves, paralisações ou suspensões. Os médicos deviam buscar outro meio de lutar por seus direitos”, completou.
Débora Angeli defendeu que a suspensão aos planos da Sulamérica não será feita para prejudicar consumidores e representa uma mudança na estratégia de reivindicação dos médicos. Até o ano passado, profissionais de diversas especialidades suspendiam o atendimento de todos os planos por dias determinados.
A ideia agora é que uma especialidade suspenda por tempo indeterminado o atendimento a apenas uma operadora para forçá-la a abrir negociação. Resolvida a questão, nova operadora passa a ser suspensa. Débora explicou que os radiologistas (500 na Bahia) são a primeira categoria a adotar a nova tática porque, entre as especialidades médicas, é a que está com a tabela mais defasada.
Ela não descarta a adesão de outras especialidades à suspensão contra a Sulamérica a partir do final da semana que vem quando o Sindmed-BAfará assembleia para discutir os rumos do movimento.
Correio da Bahia (Correio 24 Horas)
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