A empresa está judicialmente impedida de funcionar desde agosto do ano passado. Mais de R$ 100 milhões foram bloqueados e o empresário chegou a ter a prisão temporária decretada. “O IC só levantou o geral do que entra e do que sai (do caixa) da empresa. Não tem detalhado o que foi pagamento de novo divulgador, por exemplo, ou o que foi pagamento de comissão”, argumentou Lima.
A Priples cadastrou mais de 100 mil pessoas até o bloqueio judicial dos bens, depois de ter levantado mais de R$ 100 milhões sob a roupagem de marketing multinível - modelo de negócio que se diferencia das pirâmides por se sustentar também com a venda de produtos. Segundo Maciel, o novo integrante pagaria para ter espaço de publicidade no site da Priples, um veículo de mídia como os outros. “A partir de um programa nos moldes do Yahoo! respostas, geramos tráfico no nosso site e visibilidade ao anúncio. Temos audiência de 4 milhões de pessoas e isso gera receitas”, garante.
Os cálculos de faturamento apresentados pela investigação também foram questionados. Segundo Henrique Maciel Lima, os R$ 71 milhões divulgados pelo IC não conferem com a realidade. “Dos R$ 103 milhões totais, R$ 70 milhões foram pagos em comissões para divulgadores e R$ 20 milhões em tributos. Essa conta chegaria no máximo a R$ 15 milhões em lucros”, minimizou.
O dono da empresa aproveitou para dizer que qualquer divulgador que prometeu lucros de até 60% sobre o valor investido está mentindo. “Se alguém encontrar qualquer documento oficial ou eu falando algo nesse sentido, posso ser preso hoje”, desafiou. “O que é pago em comissão representa 95% dos lucros da empresa, o que era dividido entre os divulgadores.”
O laudo pericial contábil do IC já está na Justiça. “É primeira prova material formalizada por um órgao de investigação em casos de empresas acusadas de cometer crime contra a economia popular”, destacou o delegado Carlos Couto, à frente da investigação.
Fonte: Diário de Pernambuco