quarta-feira, janeiro 29, 2014

Advogado da CBF admite Brasileirão com mais de 20 clubes, e que a não realização do campeonato não está descartada

Carlos Miguel Aidar, advogado da CBF

A oficialização da “virada de mesa” no futebol brasileiro vai tomando forma na Confederação Brasileira de Futebol. A CBF admite que o que Brasileirão deste ano pode ter mais de 20 clubes ou até ser adiado se não houver uma definição do caso Héverton até o dia 20 de fevereiro, data final para publicação da tabela do torneio, de acordo com o que estabelece o Estatuto do Torcedor.

“Existe um risco no campeonato sim. Se nós não tivermos uma decisão até 20 de fevereiro para por uma pá de cal, nós teremos um problema muito sério. Ou não teremos campeonato ou teremos, com mais clubes. Cada um defende seu direito, isso é bonito, é da democracia, nos resta aguardar. A palavra final será do Poder Judiciário”, disse o advogado da CBF, Carlos Miguel Aidar, em entrevista à rádio Jovem Pan.

O advogado atua em duas frentes: na disputa das liminares contra o rebaixamento da Portuguesa – das três conquistadas pelos torcedores recolocando a equipe paulista na Série A, uma já foi cassada por Aidar – e no inquérito do Ministério Público que investiga o descumprimento do Estatuto do Torcedor na punição da perda de quatro pontos que levou a Portuguesa para a Série B.

“Existe o risco de o campeonato ter problemas. Temos decisões no Rio de Janeiro que obrigam a CBF a dar cumprimento ao julgamento do STJD. Temos decisões, uma delas já cassada e outras em vias de o serem, em São Paulo, que determinam o contrário. Temos o que se chama um conflito”, declarou.

Aidar participa hoje de uma audiência para definir se a CBF aceita um Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelo MP, o que significa, na prática, a devolução dos pontos à Portuguesa. O promotor Roberto Senise Lisboa, responsável pelo inquérito, promete abrir uma ação civil pública caso a entidade não aceite o termo. “O promotor Senise exagera no enfoque. Não é necessário, ao meu ver, uma ação civil pública. Eu levarei o presidente (da CBF, José Maria) Marin para depor no Ministério Público para explicar essas questões”, disse o advogado à rádio. A presença de Marin na audiência do MP, no entanto, não havia sido confirmada até o início da noite de ontem.

Aidar rebateu ainda o argumento da Lusa de que não foi noticiada da decisão do STJD. “O que não podemos confundir é o conhecimento do resultado com a sua publicidade. A intimação deu-se no ato do julgamento, o advogado que representou a Portuguesa no ato do julgamento ouviu a proclamação do resultado. Ali, o clube estava ciente da pena”. Sobre a suspeita de corrupção, ele não acredita que isso tenha ocorrido. 


Jornal O Tempo