Olá, Assis! Eu sou Kaline A. Souza Francisco, filha de Maria das Graças e Valter. Minha família é do velho Icó. Nasci na Velha Petrolândia e, ainda muito pequena, fui com minha família morar na nossa Nova Petrolândia-PE, devido à inundação da cidade pelo lago da barragem de Itaparica. Estou aqui pra contar a minha experiencia aqui em Londres, capital da Inglaterra e do Reino Unido, como você me pediu.
Estar em Londres é uma experiência única. Ao chegar, me senti dentro do filme de Harry Potter (risos) por ver as casas e prédios de estilo antigo e por ser uma cidade chuvosa em meio escura. Cheguei aqui no final do Verão, em agosto deste ano de 2013, e mesmo com o sol a temperatura é sempre fria. Agora, aqui é Outono e já tivemos noites em que estávamos com zero grau nos termômetros. Como nasci e me criei em uma terra quente (Petrolândia-PE), estranhei um pouco.
Estou aqui em Londres com meu esposo. Ele é português, natural da Ilha da Madeira-Portugal, e ja vive aqui há mais de 14 anos, por causa do trabalho. O lugar onde é muito tranquilo. As pessoas aqui sabem respeitar o espaço do outro e são de pouco papo. Mas aqui é um pais em que você encontra gente de muitos países, como indianos, muçulmanos, africanos. A Europa em peso está aqui e ainda encontro alguns brasileiros também.
Aqui realmente se vivenciam as quatro estacoes do ano (primavera, verão, outono e inverno), é fantástico. Quando eu cheguei, no verão, as casas, bares,
pubs (bares ingleses) e ruas eram todos enfeitados de flores. Tudo bem colorido, com plantas verdes e brilhosas. Agora, no outono, as folhas estão amarelando nas árvores e caindo. Mesmo assim, nesse processo de renovação, a natureza não perde sua beleza.
O custo de vida aqui é razoavelmente alto. Os aluguéis de casas,
flats ou até mesmo de um quarto
double ou
single custa muito caro e o pagamento é feito por semana ou quinzena. Muitas vezes é preciso dar um bom adiantamento do aluguel e do imposto mensal, que aqui chamamos de tax.
Para quem vem a Londres com a intenção de trabalhar e ganhar dinheiro, tem que ter muita força de vontade e dedicação, pois o que mais incomoda mesmo é o frio.
O que me chamou atenção nos primeiros dias de chegada aqui foi a
segurança que tem o país. Todos os ônibus têm 4 a 5 câmera por andar, como os famosos
double-deckers vermelhos (ônibus de dois andares) e um monitor. Os ônibus são identificados por números e nome da linha. Nunca presenciei casos de vandalismo ou baderna nos coletivos. Aqui, a polícia é acionada de imediato em casos de perturbação e os ônibus são todos limpos e conservados. Quando vejo isso, lembro da minha cidade que poderia ser um exemplo, mas está muito longe disso, pois há muitas pessoas que não respeitam o patrimônio público de nossa cidade de Petrolândia, lugar que amo muito.
Em cada parada que o ônibus faz, ele sempre inclina (baixando) o lado esquerdo da saída dos passageiros (porque aqui o motorista fica do lado direito) e caso tenha um cadeirante ou carrinho de bebê é acionada uma rampa, que o veículo tem no espaço já reservado. Usamos um tipo de cartão pré-pago para andar nos ônibus, chama-se
Oyster Card. É mais prático e sai mais barato.
A moeda do Reino Unido é a libra esterlina (£) que aqui chamamos de
pound, e vale uns R$ 3,80, mais ou menos, atualmente.
Tive a oportunidade de andar no famoso metrô
London Underground que os londrinos chamam de
The Tube, com 12 linhas separadas.
O que me deixou meio intrigada, observando os costumes daqui, é que uma criança tem mais vez que um adulto. As crianças sentam em ônibus e metrô e não cedem o assento aos adultos e idosos. Pelo menos é o que sempre presencio. Acho que, por ser um pais conservador e capitalista, acham que o mais velho não merece tanto investimento quanto a criança, que será o futuro do pais.
Outra coisa que me chamou atenção foi o trânsito da cidade,que é bem organizado. Os ciclistas, carros e pedestres têm o seu espaço e dificilmente há casos de acidente. Tudo é bem sinalizado.
Realmente, como falei no início, é singular a experiência que estou tendo aqui, em Londres, mas o único sentido para eu estar aqui é me fazer feliz e realizada, é estar todos os dias ao lado do meu esposo, a quem amo muito. Sei que nossa história está apenas começando e que temos muitas coisas para viver, seja aqui ou em outros lugares."
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Redação do Blog de Assis Ramalho
Informações e fotos: Kaline Francisco