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| Coreto da Praça da Matriz |
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| Fachada do Mercado Público retrata a feira da cidade |
Por Lúcia Xavier
No dia 14 deste mês de agosto, a reportagem do Blog de Assis Ramalho visitou a vizinha cidade de Tacaratu. Entre as centenas de imagens que registramos da cidade, há que se destacar o trabalho do artista Marcel Bezerra da Silva, que deixou a marca de seu grande talento na fachada do Mercado Público São Serafim e no belíssimo coreto, localizado na praça em frente à Igreja Matriz.
O mural do Mercado Público é colorido e representa a feira da cidade. Reformado, o coreto recebeu a marca registrada de Marcel, os tons terrosos. A obra faz jus à beleza da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, sendo ricamente esculpida, com doze cenas da vida de Cristo, e inscrições em torno da cúpula. À frente da escadaria de acesso ao coreto, está representada a procissão da Padroeira de Tacaratu, painel que recebe a assinatura de Marcel. O contorno da cobertura tem inscrições de símbolos cristãos, como pão e peixe, cordeiro,
Marcel nasceu em Recife, no ano de 1955. Seu pai foi um mestre de obras e a mãe, rendeira e bordadeira. A arte de Marcel explora o uso do concreto, da alvenaria e das tintas comuns à construção civil, com a delicadeza dos traços de rendas e bordados, criando painéis e murais de beleza ímpar.
O artista fixou-se em Itaparica, bairro de Jatobá, cidade em que faleceu no dia 29 de agosto de 2008. Portanto, nesta sexta-feira completar-se-ão cinco anos que o Sertão de Itaparica perdeu um talento que não deixou substituto. Não deixou ninguém capacitado sequer para a manutenção e restauração adequadas de suas obras, a maioria entregue ao abandono, algumas "restauradas" com absoluto descaso para com a representatividade de um rico acervo que forma, sem nenhuma dúvida, o Patrimônio Artístico do Sertão de Itaparica, com obras assinadas em Tacaratu, Jatobá e Petrolândia. Há obra sua também em Paulo Afonso (BA) e, provavelmente, em outras cidades da região, mas sem nenhuma catalogação.
Esse desprezo pelo que vem a ser patrimônio artístico e cultural de nossa região não causa a menor estranheza, numa região em que o patrimônio histórico, formado por inscrições rupestres, em parte foi submerso pelo Lago de Itaparica e em parte, está entregue à própria sorte, em lugares de difícil acesso, mas não tão difícil que estejam a salvo do vandalismo.
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Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Lúcia Xavier
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